Cada vez mais me convenço da importância de estarmos conectados com o mundo. A internet, o acesso a jornais de outros paises, o relacionamento com instituições e pessoas de fora, vão nos dando uma percepção mais apurada da chamada globalização. Acho que se não fosse essa relação muito presente que o Instituto IDEAL nos exige, dificilmente eu saberia quem são os "zama". Nunca tinha ouvido falar neles, até que li da correspondente do jornal El País, na Cidade do Cabo, Lali Cambra, a incrível história dos " zama zama".
Eles são mineiros ilegais, que trabalham nas minas abandonadas da África do Sul, depois que as grandes mineradoras deixaram de explorá-las por se tornarem pouco produtivas . Lali Cambra, relata no seu artigo intitulado " Ouro e Morte", a dura vida de 500 mil pessoas que se arriscam diariamente na busca pelo sustento. São os "zamas", que em função do alto índice de desemprego na África do Sul, de 25% a 40%, tornam-se cada vez mais numerosos. Esse verdadeiro exército de desesperados, segundo a ministra dos Recursos Minerais, Susan Shabangu, é controlado por máfia que domina com extremo rigor a atividade extrativa dos "zamas". Só em maio, 91 deles morreram asfixiados, a 1500 metros de profundidade em uma mina abandonada no centro do país. Seus corpos foram encontrados 15 dias depois. O governo da África do Sul calcula que essa atividade ilegal movimenta 500 milhões de euros por ano.
A Ministra Susan falou recentemente no Parlamento sobre a grave situação das minas abandonadas, onde, segundo ela, se estabeleceu "uma indústria do crime com a participação de sindicatos sem escrúpulos, nacionais e internacionais". Um recente estudo da Southern Africa Resource Watch(SARW) alerta que se a economia não melhorar, mais de meio milhão de mineiros formais perderão seus trabalhos, aumentando com isso o números de "zamas" de forma assustadora.
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