quinta-feira, outubro 22, 2009

Sem medo de crescer

Que o Brasil é a bola da vez na América Latina, eu não tenho dúvida. Agora, se isso nos assusta já passo a ter dúvidas. Quando mostramos vitalidade econômica e pré condições de crescimento perene, sinto que surge uma insegurança. A reação é imediata: volta-se a pensar e agir de forma conservadora. Isso aconteceu com a taxa de juros e agora com a questão cambial. Temos espaço para baixar mais os juros. Como também condições econômicas de deixar o dolar se acomodar por si. Interesses em investir no país, não devem ser motivo de preocupação. Muito pelo contrário. São possibilidades que se abrem de se direcionar investimentos de acordo com as prioridades do país.

A China é um bom exemplo. O governo chinês tem dado seguidas demonstrações de que sabe exatamento o que quer. Passou pela crise mundial, sem grandes problemas. Vai crescer em 2009, 9%. Em 2010, a previsão é de 11%. Números que impressionam, principalmente se compararmos com os demais paises. O PIB, que em 2007, foi de 3,5 trilhões de dólares, deve atingir em 2010, 5,3 trilhões. A renda per capita, no mesmo período, passa de US$ 2500 para US$ 3800. A dívida do Estado representa 22% do PIB, grande liquidez, bancos e bolsas fortes. O mercado de ações, que até alguns anos atrás inexistia, hoje movimenta bilhões. A Bolsa de Shanghai, limitada as inversões locais, ações tipo A. E a bolsa de Hong Kong, onde são negociados os títulos tipo B e H, destinada aos investidores internacionais. É grande também a presença de importantes empresas européias no mercado chinês.

Não há milagres, comenta David Fernández, em artigo publicado no El País. A China manteve-se imune as turbulências da crise, graças as boas políticas do seu governo. Soube priorizar seus investimentos, com suas reservas e supervit comercial, desenvolvendo: infraestrutura e consumo doméstico. Uma das empresas beneficiadas com o plano de estímulo ao consumo, a China Mobile, ganhou sete milhões de clientes em um mês. Guardadas as devidas proporções, paises como o Brasil, com considerável mercado interno, se souber priorizar seus investimentos, direcionando-os para setores estratégicos que gerem emprego e renda, tem tudo para crescer de forma sustentável, sem medo.

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