Poucos dias nos separam da Conferência do Clima em Copenhague. A reunião preparatória em Barcelona terminou nesta sexta-feira (6) após seis dias de negociações. A falta de proposta por parte dos EUA na redução de emissão de CO² frustrou os negociadores. E o que é pior: deixa no ar uma incerteza em relação aos resultados da convenção de Copenhague.
Com o impasse em Barcelona, só os líderes podem salvar o acordo do clima. Os esperançosos defendem a tese de que as indefinições de Barcelona foram criadas para os líderes brilharem em Copenhague, como salvadores do planeta. Os céticos, já acham que os interesses econômicos que estão por trás de uma matriz energética suja e das emissões de carbono nos países mais industrializados, impede grandes mudanças no atual modelo.
Faço parte do grupo dos esperançosos. Acho que seria uma irresponsabilidade tamanha sair desse encontro tão aguardado, sem metas, compromissos e obrigações. O Brasil, que chega a Copenhague precisando responder sobre os altos índices de desmatamento no nosso país, vai apresentar suas metas e serão ambiciosas, afirma o chefe da delegação brasileira em Barcelona, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.
Estudos preparados pela Rede Clima, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que reúne técnicos e pesquisadores do país inteiro, vão apresentar metas de corte de um bilhão de toneladas de CO² em seis setores da economia: energia, biocombustíveis, agricultura, reflorestamento, desmatamento no cerrado e desmatamento na Amazônia.
Nossa situação, comparada com a dos demais países, é confortável. E o governo sabe disso. Podemos sair de Copenhague, melhor do que vamos chegar. O nosso “calcanhar de Aquiles”, perante a opinião pública, é o desmatamento. Combatê-lo, tanto na Amazônia como no cerrado, vai dar ao Brasil um reconhecimento internacional em relação aos compromissos com as mudanças climáticas e com a humanidade. Precisamos nos apresentar como propositivos, como parte da solução. Sair do discurso que tem tomado conta desses encontros como o de Barcelona, onde se busca no passado as responsabilidades, mas não se criam as alternativas para o futuro.
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