CURTAS da semana.

TRISTEZA - a morte do cartunista Glauco e do seu filho Raoni, deixou um vazio e muita dor. Era dele a expressão: "humor é algo seríssimo". Bernardo Ajzenberg, ombudsman da Folha de 2001 a 2004, amigo de Glauco, assim o definiu: "Glauco foi a pessoa mais inofensiva que eu conheci. Alguém que encarnava uma pureza essencialmente humana, pairando entre os demais num universo de contemplação e distanciamento das coisas comezinhas de causar inveja."

SAÚDE - o renomado médico Drauzio Varella, alerta, em artigo, para o consumo de sal. Para ele, um esforço nacional que resultasse na redução de apenas 3 gramas de sal no consumo diário reduziria o número de infartos, derrames e de mortes por outras causas, que somadas representam quase 300 mil mortes por ano. A diminuição do consumo traria tantos benefícios à saúde como economizaria bilhões de reais gastos no tratamento das doenças causadas pelo excesso de sal na alimentação.

POLÍTICA - não me causou surpresa a decisão do deputado federal José Eduardo Cardozo (PT/SP), de não concorrer nas próximas eleições. Considerado um dos principais quadros do Partido, José Eduardo, toca na ferida ao explicar suas razões: "enquanto não houver reforma do sistema político brasileiro, estou fora". Na carta enviada à direção do PT e a militantes, alega não se sentir confortável "em disputas onde os recursos financeiros cada vez mais decidem o sucesso de uma campanha, onde apoios eleitorais não são obtidos pelo convencimento político de idéias, pelo programa ou pela própria atuação do parlamentar."

ZÉ EDUARDO - nos conhecemos quando ele era vereador em São Paulo e eu em Florianópolis. Na ocasião ele tinha sido o vereador mais votado do Brasil e eu o mais votado do PT em Santa Catarina. Fui apanhá-lo no aeroporto de Navegantes, e de carro fomos até Rio do Sul participar de uma palestra. Em Brasília fomos colegas de legislatura. Sou testemunha de como soube valorizar seu mandato, com a boa prática e o bom debate. Perde o Congresso com a sua saída!

ARGENTINA - a crise política que se abateu sobre o país parece que veio para ficar. Um novo confronto entre o Executivo e os outros poderes é manchete dos jornais de lá. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusa a oposição e juizes "amigos" de interferirem na economia do país. E o tango não termina aí. O Congresso sob maioria opositora promete mais problemas ao governo. Governar a Argentina não é uma tarefa fácil, com a oposição jogando contra nem se fala....

ENQUANTO ISSO, na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, a música não para. Pelo menos é o que indica a recente compra por parte do legislativo catarinense: uma bateria. Pasmem, é da melhor qualidade, de dar inveja a muitas bandas, com pratos de bronze, filetes de prata. Pagaram R$ 10 mil pela relíquia. Agora, depois que as justificativas viraram piada, o presidente da Assembléia determinou que a compra da bateria seja investigada.

NATUREZA - esta comprovado que a natureza reage as ações predatórias dos homens. Cientistas acompanham o estranho fenômeno que está ocorrendo no Mar da Sibéria, onde o metano aprisionado no fundo do mar está se libertando. São milhões de toneladas por ano, e o gás se libera no verão, quando o mar descongela. O metano tem 21 vezes mais potencial de esquentar o planeta do que o gás carbônico.

NATUREZA II - os tremores no Chile não param. Até na posse do novo presidente, Sebastián Piñera, eles estavam presentes. Um terremoto de magnitude de 6,9, ocorreu 20 minutos antes da posse. O novo presidente vai governar um país totalmente destruído. Prometeu: "esforço, trabalho e sacrifício".

MUY AMIGO é o que devem estar dizendo os cubanos dissidentes sobre as declarações do Assessor da Presidência para os Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, ao comentar: "o governo brasileiro não é uma ONG e não irá intervir na atual crise dos direitos humanos em Cuba".

TECNOLOGIA - um indiano (sempre eles), K.R.Sridhar, anunciou essa semana a bateria que promete limpar a matriz energética do planeta. É um gerador de energia que emite a metade do CO² de uma usina térmica. Trata-se de uma nova célula de combustível, apelidada de Bloom Box. Por enquanto é uma promessa, mas Sridhar acredita que no futuro será a pequena usina que cada um terá na sua casa. Ele comparou a nova descoberta aos computadores, que começaram grandes e voltados para as empresas e depois, aos poucos, foram ficando pequenos e invadiram as residências. (Fonte: Ricardo Mioto/Folha de S.Paulo)

E A CELESC - parece que agora todos querem comprá-la. Começou com a Cemig e agora a Copel também anunciou seu interesse. Para mim, nenhuma novidade. Uma empresa com suas ações desvalorizadas (em razão da má gestão), torna-se atraente como opção para quem busca ampliar sua atuação no aquecido setor de energia. O governador e a diretoria da Celesc precisam se explicar. Os catarinenses querem saber o que existe de fato sobre uma possível venda da Celesc. Nesta terça-feira, estava previsto um debate sobre o tema na TV COM. Eu também fui convidado. Depois fui avisado que o programa tinha sido adiado, já que a diretoria da Celesc não poderia participar. O "silêncio dos inocentes" (um excelente filme) não se aplica no caso da Celesc.

CULTURA - Fábio Brüggemann, para quem não conhece, escreve no Caderno de Cultura do DC aos sábados. Para mim, uma leitura obrigatória. Nesse sábado, se superou ao falar de um assunto delicado -o direito de alguém dizer bobagens. Para ele (e para mim), a justiça brasileira perde muito tempo e dinheiro julgando ações por danos morais. A proliferação de ações pelo que o "outro" diz pode criar jurisprudência contra a liberdade de expressão, comenta Fábio no seu artigo. E, conclui: "eu jamais ficaria ofendido em ser chamado de qualquer coisa. Nessas horas, dou uma risadinha e viro as costas."
Revendo o passado, verifiquei que nunca entrei na justiça contra alguém por danos morais. E olha que tenho meus desafetos. A bem da verdade, até que não são muitos. Dos que identifico, são ransos que ficam de 25 anos de atividade sindical e política. Processá-los por calúnia, difamação, ofensa, nunca passou pela minha cabeça. Fábio, parabéns pelo artigo.

ROYALTIES E PIB - só vou registrar, o comentário fica para outro dia. Me cobrem.