segunda-feira, maio 03, 2010

CURTAS da semana.

MEIO AMBIENTE - o vazamento de óleo no Golfo do México foi a pior notícia da semana. A mancha já chegou na costa dos EUA e o volume de óleo já faz desse acidente uma catástrofe ambiental. Além de atingir o meio ambiente a explosão na plataforma Deepwater Orizon causou a morte de 11 trabalhadores. O poço onde o acidente ocorreu está a 1500 metros de profundidade. Um alerta para o pré-sal. O governo dos EUA está estudando a possiblidade de atear fogo na mancha de óleo. Será uma medida extrema para evitar o pior.

ROYALTIES - por isso que o meu projeto de partilha dos royalties (que nunca foi votado) previa recursos para o meio ambiente e para desenvolvimento tecnológico. Estava e estou convencido que a exploração off-shore, em águas profundas, só ocorre com grandes investimentos em tecnologia. E, por outro lado, como o risco de qualquer falha na exploração do petróleo provoca danos irreparáveis ao meio ambiente, a atividade petroleira tem que provisionar recursos suficientes para minimizar os impactos ambientais . Bem antes do anúncio do pré-sal eram essas minhas principais preocupações como legislador.

ECONOMIA - o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom), na última quarta-feira, de aumentar a taxa Selic de 8,75% para 9,50%, não supreendeu ninguém. O que mais me chamou a atenção foi que os três candidatos a presidência, Serra, Marina e Dilma, concordaram com a medida. Confesso que me causou estranheza. Esperava visões diferenciadas e alguma novidade no combate a inflação. Só para efeito de informação: em abril a diferença do juro que o banco paga pelo dinheiro e a taxa que o banco cobra dos clientes chegou a 30%. Nada mal, para os bancos.

EMPREGOS - uma boa notícia: a taxa de desemprego nesse primeiro trimestre (7,4%) foi a menor do período Lula. Um dos setores mais aquecidos o da construção civil reclama pela falta de mão de obra qualificada. O salário inicial no mercado é de R$820,00.

ENQUANTO ISSO lá na Europa, os números não são nada animadores. O desemprego cresce e o risco de contaminação da "crise grega" preocupa a todos. A conta é muito alta. Para limpar as dívidas de curto prazo a Grécia precisa de 105 bilhões de euros; Portugal, 46 bilhões de euros e Espanha, 405 bilhões de euros.

LULA - são esses comparativos que levaram a Revista Time a considerar o presidente Lula a personalidade do ano. Com a crise batendo na porta de países importantes, o Brasil se apresenta numa condição única: superamos a crise e nos fortalecemos como nação no cenário mundial.

CHINA - distante daqui e num outro patamar de crescimento, a China surpreende a todos. Conheci no Rio, no Seminário Internacional sobre Mudanças Climáticas, WAN Lin, vice-presidente da China General Certification, um jovem executivo preparado para apresentar projetos chineses e buscar investimentos fora da China. Atua na área da energia solar e eólica, setores de energia renovável onde a China, em menos de cinco anos, se tornou líder mundial. Jantamos juntos, me falou da feira de Xangai. Um mega evento com a participação de 200 países. Só para essa feira o governo chines investiu 100 bilhões de dólares. É a maior feira já realizada. São esperados cerca de 100 milhões de pessoas. Os números impressionam. As fotos de Xangai também. A cidade de 15 milhões de habitantes, não dorme. Um apartamento de 100m², na área nobre da cidade, não sai por menos 1 milhão de dólares. A China já é a maior fabricante e consumidora de carros do mundo: são 10 milhões por ano. Tudo isso aconteceu em menos de dez anos.

ESPANHA - ao contrário da China, nada está acontecendo lá. O otimismo da década de 90 dá lugar ao pessimismo dos dias de hoje. Albert Recio, economista da Universidade de Barcelona, acredita que os problemas da Espanha ainda vão perdurar. Em dois anos 4 milhões de pessoas perderam emprego. A construção civil que empregava milhares de trabalhadores está parada e com considerável estoque de imóveis sem compradores. O turismo, principal fonte de renda da Espanha, também frustou as expectativas diante da crise econômica que se abateu na Europa.

ENERGIA I - depois da abandonar o leilão de Belo Monte, a Odebrecht quer agora participar como construtora. Todos nós sabemos que construir para si sai bem mais barato que construir para os outros. Segundo Marcelo Odebrecht, a Odebrecht e a Camargo Corrêa desistiram do negócio, por ausência de condições econômico-financeiras. Em outras palavras: iam ganhar pouco. Será que agora vão ganhar mais?

ENERGIA II - e a novela da Celesc parece não ter fim. Os sindicatos ameaçam parar se Lirio Parisotto assumir o Conselho de Administração. Em fevereiro levantei no blog "a ponta do iceberg" trazendo ao conhecimento público o contrato prá lá de suspeito com a Monreal. Agora, rompendo com o silêncio, o presidente da Fundação Celos, Milton Garcia, também torna público os prejuizos da Fundação no investimento que fizeram em Rondônia. Segundo ele, a Celos provisionou mais de 40 milhões para cobrir o furo. Tudo coisa grave. Não sei o porque do silêncio durante toda a gestão de Eduardo Pinho Moreira. Se alguém souber me informe.

ENERGIA III - a simples notícia de que a diretoria do Internacional disponibilizaria o Beira Rio para passar por um processo de solarização já foi suficiente para despertar a atenção de investidores. A própria China, segundo WAN Lin gostaria de conhecer o projeto. Um grupo português também demonstrou interesse. Tenho certeza que assim que o primeiro estádio solar sair do papel outros virão.

ENERGIA IV - a usina da Biotechnos, de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, aguarda o OK do Ministério da Ciência e Tecnologia para embarcar para a África do Sul. Enquanto espera fica em exposição na FENASOJA, de 1º a 9 de maio, naquela cidade gaucha. Essa unidade processa óleo de fritura (reuso) e transforma em biocombustível. O projeto Instituto IDEAL/Biotechnos prevê a intalação de uma unidade piloto na COPA de 2010, na África do Sul. Depois é preparar toda a logística para a implantação dessas unidades na COPA de 2014, no Brasil.

ENERGIA V - pesquisadores da UFMG estão estudando a pilha do futuro. Com uma enorme capacidade de guardar energia ela poderia atender até a demanda de uma cidade. Sempre acreditei que a inteligência do homem responderia os desafios da humanidade. Quem viver verá!

PNEUS VERDES - acredite se quizer, os pneus ecológicos estão chegando. O petróleo vai ser substituído por um derivado de plantas. Como curiosidade: um pneu convencional consome 26 litros de petróleo e se produz 1 bilhão de pneus por ano. Do petróleo sai o isopreno. Da cana de açucar sai o bioisopreno. É dessa composição que os pneus verdes serão feitos. A Goodyear, líder na fabricação de pneus, já está investindo nessa biotecnologia. (Fonte: ambientebrasil)

BRASÍLIA - nossa capital, no último dia 21, comemorou meio século. Os escândalos envolvendo o governador inibiram os festejos. É normal. Seus moradores, constrangidos, não se sentiram a vontade para festejar. Mesmo assim, brasilienses ilustres fizeram questão de registrar que Brasília não é só corrupção e arquitetura. A cidade vai muito além disso. Para mim, que tinha comentado a prisão de Arruda como o fato político do ano, Brasília sai fortalecida desse episódio. Afinal, não é sempre que se vê um governador preso e cassado. E sabemos que existem tantos outros "arrudas" por aí. Valeu pela luta Brasília. Os festejos dos seus 100 anos, em 2060, serão dignos de um século de história da nossa capital.

CULTURA - causou um profundo mal estar o afastamento de Paulo Markun da presidência da TV Cultura em São Paulo. Depois de confirmada sua permanência, pelo próprio governador José Serra, Markun, que fazia um excelente trabalho na TV, foi afastado sem muita explicação. Aliás, com raras excessões, assim tem sido tratada a nossa cultura.

SAÚDE - se você gosta de uva aproveite. Estudos recentes da Universidade de Michigan, nos EUA, apontam a uva como uma excelente parceira no combate as doenças do coração.

SUPREMO - o STF sepultou a possibilidade de revisão da Lei da Anistia, por sete votos a dois. Uma frase de dois ministros com visões diferentes:
Cezar Peluso, atual presidente do Supremo Tribunal Federal: "A anistia é sempre ampla, é sempre no sentido da generosidade."
Carlos Ayres Brito: "O torturador não é um ideólogo. Ele não comete crime de opinião, portanto não comete crime político. Não se pode ter condescendência com um torturador."

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