quarta-feira, outubro 27, 2010

O desafio do sistema previdenciário

Recentemente a Folha de S. Paulo publicou uma série de matérias do New York Times. Uma das que mais me chamou a atenção foi "O preço alto das vidas longas". Trata-se de uma análise sobre as consequências de uma perspectiva de vida maior nas contas previdenciárias de qualquer país. Viver mais: é uma boa notícia! Em alguns países como Espanha, Grécia e Áustria, por exemplo, a expectativa de vida dobrou no século passado. Segundo Natasha Singer, autora da matéria, pela primeira vez na história da humanidade, as pessoas com mais de 65 anos são em maior número do que as com menos de 5 anos. Essa informação vem confirmar a preocupação com o futuro dos sistemas previdenciários. A rigor, quando criados, não contemplaram esta nova situação: as pessoas, depois de aposentadas, vivem ainda muito tempo. Em alguns casos mais de 30 anos, que é em média o tempo de contribuição. Só que durante a contribuição o valor retido para a previdência é muito menor do que o valor do benefício que o aposentado recebe. Portanto, não precisa ser um gênio para entender que essa conta não fecha. E tratar com responsabilidade esse problema, ninguém quer. O desgaste é grande. Que o diga Sarkozy, onde mais de um milhão de pessoas sairam nas ruas da França para protestar contra as mudanças propostas e aprovadas pelo governo francês (elevando a idade mínima de 60 para 62 anos). Aqui, em ritmo de campanha, José Serra, segue outro caminho propondo reajustes consideráveis tanto na aposentadoria como no SM (ambos com forte impacto nas contas da previdência tupiniquim). A verdade é que as nações não se prepararam para o envelhecimento da população. E que as medidas anunciadas de reforma da previdência, segundo especialistas, são respostas insuficientes e inadequadas à gigantesca mudança demográfica em curso. O tema, embora relevante, passou batido durante a campanha eleitoral. Quando a crise bater na porta vai ser tarde......

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