Gosto de ler as revistas de bordo. Faço com prazer: ajuda a passar o tempo e tem boas entrevistas. A última da GOL, com Chico Buarque na capa, nos mostra curiosidades sobre o Chico que amigos muito próximos comentam com carinho. É uma viagem pela vida reservada de uma das grandes figuras de nossa geração. Achava, até então, que tínhamos em comum o nome Sílvia nas nossas familias, a vontade de jogar futebol pelo meio e atuar na política pela esquerda. Lendo sobre Chico identifiquei nos seus hábitos (ou manias) outras coisas em comum. Sua paixão por caminhar pelas ruas, cruzando as cidades. Sua curiosidade em encontrar um bom restaurante, sem qualquer indicação ou recomendação. Seu prazer de brincar com as pessoas que ficam em dúvida sobre quem ele é. Numa passagem por Montevidéu, relatada por um dos seus amigos, Chico está sentado na frente no taxi e percebe que o motorista não parava de olhar para ele. Sem pestanejar, comentou: "acho que estás me confundindo com o meu pai, o grande e inesquecível Manga". ( Manga, famoso goleiro brasileiro, ídolo no Uruguai na década de 70). Dali prá frente, como bons amigos, os dois passaram a comentar as proezas de Manga.
PS- não foram poucas as vezes que me confundiram com o João Bosco. Sempre que acontece brinco também com a semelhança. Quanto ao resto: a sensibilidade, a musicalidade e o sucesso com as mulheres, os amigos não comentaram. Ainda bem, já que não temos nada em comum.
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