BNDES, de olho no futuro.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, está no caminho certo. Já tinha comentado sobre suas observações quanto a queda nas taxas de juro. Para um país como o nosso, onde dinheiro parado no banco era fonte de renda para milhões de poupadores, trata-se de uma extraordinária mudança. Boa parte dos recursos e das aplicações, que antes dormiam sobre a guarda dos banqueiros, vão se deslocar para a atividade produtiva. E são centenas de bilhões de reais. Planejar bem essa transição do setor financeiro para o setor produtivo é o grande desafio do BNDES. As recentes declarações de Luciano Coutinho, novamente mostram um olhar correto para o futuro. Ao afirmar que "o Brasil já ultrapassou a fase em que trabalho barato era fonte de competitividade", Luciano Coutinho aponta para a necessidade de se investir em pesquisa, desenvolvimento e numa política industrial. Pragmático, mas ao mesmo tempo com forte formação acadêmica, consegue perceber que na economia globalizada nem tudo acontece ao mesmo tempo. São horizontes diferentes. Para entrar, por exemplo, nos setores de alta complexidade, como biotecnologia, química fina, mecânica de precisão e novos materiais, Coutinho sabe que para competir só mesmo investindo muito em capacitação. Para nós, que queremos o melhor para o Brasil, é bom saber que Luciano Coutinho está de olho no futuro. Afinal, do BNDES é que saem as definições e as prioridades dos recursos voltados para o desenvolvimento do país.