segunda-feira, agosto 20, 2012

Energia: poupar é mais barato que gerar.

No primeiro ano do Instituto Ideal priorizamos apresentar o instituto a setores ligados a energia limpa. Definimos alguns países e buscamos apoio de nossas embaixadas. Um grande esforço foi feito para levar nossas idéias para fora do Brasil. Um dos primeiros países que visitamos foi a distante e fria Dinamarca. Sede da Vestas, na época, a maior fabricante de aerogeradores do mundo. Foi lá que fiquei sabendo que na Dinamarca o consumo de energia estava estabilizado.  Não crescia em função de uma preocupação do governo com a eficiência energética e do compromisso do povo dinamarquês com a sustentabilidade. Embora a situação do Brasil e dos demais países em crescimento seja outra, não devemos abrir mão da permanente busca pelo uso racional da energia. A energia mais barata é aquela que não foi gasta, nos ensina a vida. Lendo o artigo de Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace (FSP-19/8), me veio a cabeça o exemplo da Dinamarca e a necessidade de registrar as preocupações de Sérgio.

Sob o título Faltou a lição de casa, Sérgio comenta as declarações do presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, que cobra do governo a redução de 35% nas tarifas de energia. A redução dos impostos que incidem sobre a tarifa de energia no Brasil, que é uma das mais altas do mundo, precisa ser estudada. Hoje, é quase um consenso a necessidade de se rever essa carga tributária. Entretanto, o que Sérgio pondera é que também precisa ser debatido pelo governo com setores da sociedade, a eficiência da indústria no consumo energético. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, entre os países do G 20, o Brasil está na penúltima colocação do ranking da chamada intensidade energética- uma relação unidade do PIB versus consumo de energia. Entre 1999 e 2005, a China reduziu a sua intensidade energética em 66%; a Índia, em 45%; os EUA, em 43%; ... e nós em apenas 22%! Se essa é nossa performance com energia cara, qual será o compromisso da indústria de investir em eficiência energética com energia barata (salvo as exceções que sempre existem)?

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