Quando comentei, pela primeira vez, que a queda dos juros poderia ser o principal instrumento de estímulo as energias renováveis, muitos ficaram sem entender a relação que havia. Há duas semanas, em São Paulo, insisti com essa idéia. A reação já foi melhor. Não sei se foi minha capacidade de convencimento que melhorou ou o óbvio começa a aflorar.
O sistema financeiro brasileiro abriga centenas de bilhòes de reais, confortavelmente remunerados. Com a queda dos juros muitos detentores desses títulos públicos devem migrar para atividades produtivas. Pelo perfil desses investidores a tendência é a de investirem em projetos de longo prazo. Aí as possibilidades vão da infraestrutura, portos, ferrovias, energia, até atividades agrícolas e imobiliárias.
O que está em curso é uma profunda mudança de modelo. Quem estava acostumado a emprestar para o governo, vai pensar duas vezes. O baixo retorno vai motivá-lo a procurar outras alternativas. A situação que se tinha até o ano passado, com juros de 12,5%, felizmente, acabou. O que está em curso é uma revolução. Com a possibilidade, por exemplo, de se gerar a própria energia, seja ela do vento, do sol, do lixo ou de biodigestores, vai se oportunizar milhares de novos negócios. E essa nova condição está em todos os lugares: no campo e nas cidades.
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