Durante minha rápida passagem por São Paulo, para participar da abertura do quarto Congresso Brasileiro de Energia Solar - o CBENS, no Memorial da América Latina, aproveitei para passar na Livraria Cultura, na Avenida Paulista. No terceiro andar, daquela que é a maior e mais bonita livraria do país, no setor reservado a área das ciências humanas, encontrei o que buscava: a publicação da Editora Civilização Brasileira, Dicta & Contradicta. Na relação dos colaboradores lá estava ele, Eduardo Schmidt Passos, meu filho. Mestre em Ciências Políticas pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, deixava sua contribuição escrevendo sobre a "Teoria pura e impura do direito".
Como todo o pai coruja, sentei na própria livraria para fazer minha primeira leitura (se me conheço, devo fazer outras tantas). Eduardo escreve sobre uma grande polêmica travada dentro da acadêmia, no século passado, entre o jurista alemão Carl Schmitt e o austríaco Hans Kelsen, sobre a justiça constitucional. Dessa leitura inicial, veio de imediato a certeza de que o debate ainda está em aberto. Embora Eduardo não faça nenhuma referência no texto ao processo em curso no Supremo Tribunal Federal, a relação de convívio do direito com o Estado, e suas consequências, nunca esteve tão presente entre nós.
A controvérsia entre Kelsen e Schmitt, segundo Eduardo, desperta no antigo aluno de Kelsen, o filósofo Eric Voegelin, o interesse pelo tema por considerar insuficiente o entendimento de ambos. Diante desses desencontros, de duas visões irreconciliavéis, Voegelin percebeu que os problemas políticos e jurídicos não podem ser reduzidos apenas às questões legais e institucionais.
PS- para saber mais sobre o tema, que envolve filósofos e cientistas políticos de diferentes épocas, recomendo que comprem a Dicta & Contradicta - 9. Quanto ao Eduardo, para conhecer melhor a natureza humana e a relação do homem com a comunidade política, está fazendo seu doutoramento em Ciências Políticas, em Washington, nos EUA.
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