quarta-feira, fevereiro 27, 2013

As eleições na Itália


A crise que já estava presente na Itália aflorou com toda a força depois das eleições desse final de semana.  Ontem, não por acaso, escrevi sobre a rede de Marina. Ao registrar que sua rede nasce num ambiente propício a um rápido crescimento, em razão do descrédito dos partidos e dos políticos, no fundo estava preparando o terreno para comentar os sinais que vinham da Itália.

Com a apuração das urnas, o resultado foi a confirmação do voto de protesto canalizado para o recém criado M5S (Movimento 5 Estrelas), cujo líder, Beppe Grillo, se apresentou aos eleitores como a negação dos partidos e dos políticos tradicionais.  Além de ser o mais votado (25,5%), Beppe, um comediante por profissão,  enfrentou duas antigas raposas da política italiana, Berlusconi e Mario Monti.  Um resultado surpreendente e extraordinário. Sua campanha ganhou as ruas, as mentes e as redes sociais. No entanto, a novidade política italiana trás uma grande dúvida - dá para governar, sem base partidária, com o voto solto atraído pelas redes sociais?

Esse é o assunto que vai permear os debates agora. Cientistas políticos vão ocupar a mídia explorando o visível esgotamento dos partidos e, aproveitando o vazio, novas teses vão surgir.  A democracia direta, por exemplo, deve ganhar espaço.  Quanto a nós, que temos uma rede recém lançada por Marina Silva, o que não falta são dúvidas. Marina não é Beppe Grillo. Ela veio da militância partidária e sua grande contradição é querer apresentar sua rede como uma negação aos partidos.  Se vai dar certo só o tempo vai dizer.  

 

 

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