Na última quinta-feira, aproveitando uma fresta na janela, uma
mosca adentrou ao Palácio. Sem saber bem o que fazer começou a voar pelos
corredores. Para não chamar a atenção dos seguranças voava baixo e de forma
silenciosa. Curiosa, como toda a mosca, aproveitou uma porta aberta e se
acomodou num lugar bem escondido. Esperta como só ela, logo percebeu que na
sala estavam reunidos vários assessores da presidência. Como era quinta-feira, véspera de feriado, não
tinham muito a fazer. Com a“chefe” fora, em viagem no exterior, o clima era de
total descontração. A conversa era o que deveriam comprar para ela de Páscoa.
De cara descartaram os ovos. Ovos todos ganham. Criativos como só eles, optaram
por dar um “coelhão”. Tão grande como o “pibão”. Em razão dessa
mania universal de assessor querer agradar, pensaram em dar um nome para o “coelhão”.
Logo veio a idéia de aproveitar a polêmica declaração da presidente no encontro
dos BRICS, sobre inflação versus crescimento, que teve forte repercussão por
aqui. A mosca, que até então observava um clima de companheirismo, se assustou
com a mudança brusca no comportamento dos assessores. Sem entender nada de
crescimento e de inflação, ela ficou desnorteada ao perceber que eles também
não entendiam (ou não se entendiam). O clima ficou pesado. Dois grupos logo se
formaram: os que defendiam o crescimento a qualquer preço e aqueles que
pregavam rigor com as metas da inflação. Quando chegou às cinco horas, véspera
de feriado e falta de consenso – o debate se encerrou. Foram todos embora.
Dilma ficou sem a Páscoa e a mosca voou, sabe-se lá para onde.
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