sexta-feira, março 29, 2013

A Páscoa de Dilma


Na última quinta-feira, aproveitando uma fresta na janela, uma mosca adentrou ao Palácio. Sem saber bem o que fazer começou a voar pelos corredores. Para não chamar a atenção dos seguranças voava baixo e de forma silenciosa. Curiosa, como toda a mosca, aproveitou uma porta aberta e se acomodou num lugar bem escondido. Esperta como só ela, logo percebeu que na sala estavam reunidos vários assessores da presidência.  Como era quinta-feira, véspera de feriado, não tinham muito a fazer. Com a“chefe” fora, em viagem no exterior, o clima era de total descontração. A conversa era o que deveriam comprar para ela de Páscoa. De cara descartaram os ovos. Ovos todos ganham. Criativos como só eles, optaram por dar um “coelhão”.   Tão grande como o “pibão”. Em razão dessa mania universal de assessor querer agradar, pensaram em dar um nome para o “coelhão”. Logo veio a idéia de aproveitar a polêmica declaração da presidente no encontro dos BRICS, sobre inflação versus crescimento, que teve forte repercussão por aqui. A mosca, que até então observava um clima de companheirismo, se assustou com a mudança brusca no comportamento dos assessores. Sem entender nada de crescimento e de inflação, ela ficou desnorteada ao perceber que eles também não entendiam (ou não se entendiam). O clima ficou pesado. Dois grupos logo se formaram: os que defendiam o crescimento a qualquer preço e aqueles que pregavam rigor com as metas da inflação. Quando chegou às cinco horas, véspera de feriado e falta de consenso – o debate se encerrou. Foram todos embora. Dilma ficou sem a Páscoa e a mosca voou, sabe-se  lá para onde. 

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