Nessa conversa de “pibinho” ou “pibão”, o mais sensato que
eu li foi o que escreveu Henrique Meirelles. O ex-presidente do Banco Central chama a
atenção para um debate sobre o crescimento econômico, pautado pela mídia e
pelos partidos (leia-se PT e PSDB), “marcado por alta dose de paixão”. Meirelles, pela vivência que tem sabe o que
está falando. Ao afirmar que “declarações extremadas, desqualificação de
oponentes ou de quem pensa diferente”, sem muito cuidado com os diagnósticos e
análises econômicas mais elaboradas leva, muitas vezes, ao desastre.
Meirelles faz referência à economia como ciência e lembra
que como tal deve ser tratada. Os argumentos e os resultados devem pesar mais
na balança, que a força das palavras. Vejam a situação que nos encontramos. Com
o PIB de 0,9%, por mais que ele possa alimentar o debate apaixonado, não
encontra eco na população empregada e com visível melhoria na sua condição de
vida. Por outro lado, por ser baixo, qualquer movimento da economia em 2013,
faz com que haja um real e considerável crescimento. Imaginem na véspera de uma
eleição anunciar que o PIB cresceu três vezes. Num ano eleitoral a soma da “força
das palavras” com o resultado é tudo de bom para os marqueteiros de plantão.
Enquanto o debate racional não chega, vamos convivendo com o
que temos: razão e paixão. Para contribuir com aqueles que gostam dos números e
dos argumentos, mais do que as palavras de ordem (pibinho/pibão), nossa
situação econômica não é tão tranquila quanto o ministro Mantega insiste em
dizer. Por outro lado, dois indicadores
importantes nos tranquilizam em relação ao futuro: em dezembro de 2002,
quando FHC entregou o governo, a dívida pública representava 60% do PIB, e o
déficit público nominal 4,4% do PIB. Em 2012, a dívida representa 39% do PIB e
o déficit nominal 2,5% do PIB. Nesse caso, se fosse um “pibão” os índices ainda
seriam melhores....
PS- poucos países do G-20 apresentam uma dívida pública em relação ao PIB tão baixa como a nossa.
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