terça-feira, abril 02, 2013

Experiência ou esperteza

O pastor Feliciano atirou no que viu e acertou no que não viu. Desconhecido do grande público o deputado do PSC/SP, nunca tinha imaginado que sua indicação para presidir a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara pudesse lhe dar tanta mídia. O pastor e seus seguidores estão adorando o conflito interno e o confronto externo que sua posse na Comissão está gerando. Sabem o quanto a situação está rendendo para o deputado Feliciano, política e eleitoralmente. E é isso que vale na nossa condenável prática política.

Esse episódio, mais um a contribuir para o afastamento da sociedade com o Congresso, me fez voltar no tempo e relembrar uma boa conversa com o Dr. Ulysses Guimarães. Na época, Dr. Ulysses era o presidente da Câmara e eu do CNE. O encontro foi a noite tomando uma sopa na casa oficial da presidência. Guardo até hoje sua avaliação sobre os deputados: "na Câmara bobo não chega lá. E com o passar do tempo e dos mandatos deixam de ganhar experiência e passam a ganhar esperteza".

O pastor Feliciano, ao que consta, não é um deputado experiente. Já quanto a esperteza, não deixa dúvidas. Insiste em permanecer na presidência da Comissão dos Direitos Humanos mesmo diante da mobilização crescente da sociedade organizada. A opção pelo enfrentamento é calculada. Sabe de onde vem seus votos. Cresce no partido e na bancada evangélica. Deve voltar em 2014 com muito mais votos do que teve em 2010.

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