quinta-feira, abril 11, 2013

Henrique Meirelles


Quando Henrique Meirelles foi indicado para presidir o Banco Central no governo Lula, logo pensei: exigências do mercado. Acompanhei seu mandato com atenção. Sem preconceitos mas, confesso, com preocupação. Com o tempo a desconfiança foi desaparecendo, diante da confortável condição da economia conduzida por ele. Soube conviver com as criticas de setores do PT com a mesma tranqüilidade que enfrentava “tsunamis  e marolinhas” da grave crise econômica mundial de 2008.

Hoje leio sua coluna na Folha de domingo com enorme prazer. Toda vez que faço aprendo um pouco mais. Na semana passada expõe com rara sabedoria o dilema que se abate sobre os países emergentes ou não – austeridade ou crescimento. Meirelles é taxativo em afirmar – sem crescimento não dá para sair da crise. Em razão disso lembra porque é grave a situação da Comunidade Européia. Para exemplificar cita a Espanha, cujo maior problema é a falta de alternativas. Por ser membro de um bloco de moeda única não consegue competir num mercado globalizado já que não tem ferramentas próprias que possam ser usadas. Por exemplo, como desvalorizar o câmbio para facilitar suas exportações?

Pelo que eu entendi o crescimento sustentável vem de uma conjugação entre um forte mercado interno e uma estratégia focada na exportação. Meirelles não comenta sobre o Brasil no seu artigo. Destaca como o Japão se recupera pela sua boa condição de exportar. E essa condição se deve a uma indústria competitiva, infra-estrutura e política cambial. Como ele, elegantemente, não fez nenhum comentário sobre nossa condição – não sou eu que vou fazer.  

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