segunda-feira, abril 15, 2013

Reforma Política (parte II)

Já comentei o desafio que o deputado Henrique Fontana tem pela frente por ser o relator do projeto da Reforma Política. Posso, e quero, estar enganado - mas  a reforma que o Congresso aprovar vai ficar muito aquém das expectativas da sociedade. A maioria dos parlamentares (e bota maioria nisso)não quer a reforma. Portanto, mudanças profundas nem pensar.

Lendo o artigo do deputado Chico Alencar (FSP 14/4), ainda mais convencido fiquei de que a reforma vai ser "para inglês ver". Chico deve estar no seu terceiro ou quarto mandato e sempre os exerceu com absoluta liberdade. Sempre expos e defendeu suas opiniões mesmo sabendo do constrangimento que estava criando para alguns de seus colegas. No artigo publicado na Folha, Chico toca na ferida: "o clientelismo e o fisiologismo crescem, o voto consciente diminui. No lugar dos partidos, com seus propósitos-tantas vezes enganosos-, temos as bancadas das empreiteiras, dos bancos, de religiosos sectários, do agronegócio, da bola, da bala.....Democracia das corporações".


Reduzir o número dos partidos, condição básica para fortalecê-los, não atende os interesses obscuros de boa parte dos deputados. Preferem poder optar pelas dezenas de siglas existentes do que se comprometer com as linhas programáticas de meia dúzia (ou até menos) de partidos. Como poderia justificar esse novo arranjo do Congresso Nacional, as benesses incorporadas ao longo do tempo. Como esperar de uma gestão da Casa, conduzida pela Mesa Diretora que abriga 288 cargos de natureza especial (CNE), que contemple, no bojo da Reforma Política, uma redução desses cargos de livre provimento. E como esperar dos 23 partidos hoje representados na Câmara Federal, que segundo Chico, só nos gabinetes mantem 10.6306 secretários parlamentares e 1.433 cargos de natureza especial (CNE), aprovem uma reforma que ponha um fim nesse trem da alegria.

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