sexta-feira, setembro 02, 2016

Impeachment: a fila anda.

A semana que se encerra levou muita gente a acessar o blog. Sem surpresas, afinal não é todo dia que se derruba um presidente. Recordo quando estive nos EUA, há dois anos, visitando uma grande planta solar no deserto do Arizona. Naquele momento, a oposição a Obama impediu que ele pagasse os custos da máquina pública (salários e custeio).

Os republicanos, em maioria no Congresso, pararam tudo. Foram dias muito difíceis. Diante de um país parado e do agravamento da crise, alguns republicanos mais sensatos mudaram sua posição e Obama conseguiu governar. Em nenhum momento foi cogitado seu impeachment.

Conheço Dilma há muito tempo, desde quando foi secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul. Nestes anos todos, ao que se sabe, seu patrimônio pouco mudou, diferentemente de muitos senadores que a julgaram. Sua vida nestes últimos meses foi virada de cabeça pra baixo. Ao que consta, não apareceram contas no exterior como as de quem ajudou e tramou seu processo de impeachment.

Acompanhei parte de sua gestão quando ministra no primeiro governo Lula. Eu, então, era deputado federal ligado ao setor de energia. Logo nos desentendemos e nos afastamos. Nunca mais nos falamos. Repetidas vezes manifestei aqui no blog minhas críticas a sua gestão. Não que isso tenha a menor importância, tanto que o foco do impeachment foi outro - não a sua gestão.

Por isso que a decisão tomada incomodou tanta gente. Há muito mais constrangimento no ar que motivo para festejar. Basta passar os olhos no Washington Post e no New York Times, dois dos jornais mais importantes do mundo (e que não morrem de amores por Dilma) que detonam nos seus editoriais de ontem a linha sucessória brasileira: "Temer, Rodrigo Maia e Renan. Os três, são investigados por corrupção". Dilma, não se entregue: a fila anda.

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