sexta-feira, outubro 21, 2016

Cunha: um homem imprevisível.

A prisão de Eduardo Cunha como era de se esperar foi a notícia da semana. E nem poderia ser diferente. Cunha sempre foi uma figura estranha. E como toda pessoa estranha - imprevisível. É aí que mora o perigo. Cunha iniciou sua trajetória na campanha de Collor em 1989. São quase 30 anos de um jogo pesado que o levou a presidência da Câmara em 2016, com 267 votos.

Ninguém sabe qual vai ser a sua reação depois da prisão. O certo é que tem muita gente sem dormir. Lembro perfeitamente do seu jeito sinistro quando estava na Câmara. Nunca foi um tribuno, sempre agiu nos bastidores. O certo é que Cunha nunca enganou ninguém. Todos sabiam quem ele era, como também sabiam que corriam riscos ao se aproximar dele. Afinal: não há janta de graça.

Por isso me causa estranheza que agora a mídia o chame de "homem-bomba" e que "políticos estão perplexos" com a possibilidade de uma delação premiada. Esperavam o que, quando o cassaram com 450 votos a favor. Descartaram sem dó nem piedade quem armou e operou o que eles mais queriam: o impeachment de Dilma.

A conta vai chegar e para muitos vai ser bem amarga.

PS-  Espero que Cunha fale o que tem guardado por tanto tempo. De um homem imprevisível: tudo pode acontecer.

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