terça-feira, novembro 01, 2016

O recado das urnas.

Com o encerramento das eleições municipais, antes mesmo da posse dos novos prefeitos, deveria se entrar na fase das reflexões Como boa parte dos prefeitos eleitos perderam para abstenções, votos nulos e brancos, seria oportuno analisar o recado das urnas. Infelizmente, não é o que vai acontecer. Como sempre, a mídia, os partidos e os políticos - já estão olho em 2018. Avaliar o comportamento do eleitor, o desgaste dos partidos e o descrédito da sociedade com os políticos, nem pensar.

Tanto assim que na semana passada, véspera das eleições, uma pesquisa feita pela Escola de Direito de São Paulo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), apontou que a Presidência da República está entre as instituições de menor prestígio no país: só 11 % confiam nela. E o que pior, abaixo da Presidência, só duas instituições: o Congresso Nacional, com 10%, e os partidos políticos, com 7%.

Pela credibilidade da instituição promotora, essa pesquisa deveria motivar os congressistas a pautar a Reforma Política como prioridade: redesenhando e aproximando as novas regras do sentimento que vem do povo. Não acredito que nos falte inteligência e capacidade para identificar e formatar consensos. A dificuldade maior está justamente no Congresso, que resiste as mudanças aguardadas por nós. A prova disso: é o recado das urnas onde abstenções votos nulos e brancos superaram prefeitos eleitos.

PS- no segundo turno os votos nulos, brancos e abstenções somaram 10,8 milhões de eleitores. Nas principais capitais São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, por exemplo, os prefeitos eleitos perderam para os que optaram por não votar.

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