sexta-feira, janeiro 27, 2017

Na contramão do mundo, Trump prioriza combustíveis fósseis.

Na onda do "America First", Trump parece estar decidido em "aquecer" os Estados Unidos. Se não for a economia, serve o clima.Tão logo assumiu o cargo, já disse para que veio: a matriz energética vai continuar suja. Petróleo e carvão voltam a ser prioridade. O compromisso de Barak Obama de uma matriz mais limpa, incorporando fontes de energia renováveis, nem pensar.

Em contrate com os EUA, a China (*) este mês suspendeu a operação de mais de 100 usinas térmicas a carvão totalizando 100 GW de capacidade instalada. Para efeito de comparação são oito "Itaipus". A medida é um sinal claro de limitar ao máximo o uso do carvão, um dos principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa no planeta. (Fonte: Bloomberg)

Mas Trump, não está nem aí. Mudanças climáticas, energia renovável, meio ambiente, não fazem parte de suas preocupações. Já prometeu cancelar pagamentos futuros para o Fundo Verde da ONU, compromisso do governo americano com o Acordo do Clima de Paris (**). Obama já tinha repassado 500 milhões de dólares e se comprometido com 3 bilhões de dólares em 4 anos.

As decisões tomadas por Trump, nos primeiros dias de governo, tem causado perplexidade geral. Antigos parceiros comerciais batem cabeça, sem saber para onde vão. Até entendo a preocupação, diante do poder do mercado americano.  No entanto, "negócios são negócios" e a corda sempre arrebenta no lado mais fraco(***). O que realmente deveria nos preocupar, moradores desse planeta, são os efeitos danosos e permanentes que uma política energética equivocada pode trazer. A presença do carbono na atmosfera não se limita a "America First", de Donald Trump.

Lutar por uma AMÉRICA SEM CARBONO é tarefa de todos e começa agora.

(*) Por coincidência China e EUA, são os países que mais poluem e, por consequência, mais contribuem para o aquecimento global.

(**) "Apesar dos complexos acordos alcançados nos fóruns internacionais, a destruição ecológica da Terra continuará." Achille Mbembe (1957, Camarões francês) é historiador, pensador pós-colonial e cientista político. 

(***) O Brasil, sem rumo, olha para o protecionismo de Trump sonhando com supostas vantagens. Doce ilusão: " Não conseguem entender, senão o varejo, a intrincada guerra comercial que se abrirá no mundo com os efeitos financeiros de uma possível redução nos fluxos comerciais norte-americanos. Não vêem que os que ficarem órfãos do Acordo Transpacifico são novos concorrentes, desesperados com a ociosidade de estruturas produtivas montadas para atender o mercado americano." (Blog do Fernando Brito)

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