quinta-feira, março 30, 2017

Trump e o aquecimento global

O decreto assinado terça (28) por Trump, festejado pelo setor do carvão, não deixa de ser um retrocesso em relação a tudo que vem sendo construído para conter o aquecimento global. Trump, que nunca escondeu sua simpatia pelos combustíveis fósseis, revoga atos de Obama e reforça sua política de descompromisso com o Acordo de Paris.

Segundo Michael Oppenheimer, cientista da Universidade de Princeton, os EUA teriam que adicionar mais regulações, e não retirá-las, se quisessem realmente cumprir com as metas previstas no Acordo de Paris. Acredito que decretar a "volta atrás" aos compromissos de Obama, Trump dá um tiro no pé. Por uma razão muito simples, a luta pela descarbonização do planeta é global e crescente. A cada ano atrai mais investimento e cria mais empregos.

Se a reação externa ao decreto de Trump foi grande, internamente os americanos também reagiram: procuradores e organizações de defesa do meio ambiente já se mobilizam para contestar na justiça o decreto de Trump. Os argumentos do presidente de que o decreto vai colocar os mineiros de volta ao trabalho, não se sustenta. Segundo Sam Adams, diretor do World Resources Institute, atualmente os EUA produz 50% mais de carvão do que extraia na década de 40. No entanto, a indústria do carvão emprega cerca de 10% dos mineiros que empregava naquela época. Portanto, quem desempregou os mineiros nos EUA foi a automação na atividade de extração do carvão e não a entrada das energias renováveis na matriz energética americana. (Fonte: Isabel Fleck, de Washington)

Nenhum comentário: