sexta-feira, abril 28, 2017

Leo Pinheiro, de amigo a delator

O então amigo de Lula e agora delator, Leo Pinheiro, preso desde o ano passado resolveu falar. Por isso sua delação deve ser relativizada. A pressão para dizer o que os procuradores queriam ouvir deve ter sido muito grande. Apostaram tudo no tríplex do Guarujá: três anos se passaram e até agora não apareceu nenhum prova concreta de ser Lula o dono do imóvel. Sem prova, não há condenação. Só "convicção", não vale!(*)

Longos meses na prisão influenciam no estado de animo de qualquer delator. As pessoas tem seus limites e imagino que Leo Pinheiro atingiu o seu. Atormentado pelo inesperado confinamento que lhe impuseram, vislumbrando a possibilidade (ou a promessa) de uma redução na sua pena, Pinheiro abriu mão do então "amigo". Só que na sua delação incorre num erro primário. Em depoimentos anteriores, Leo Pinheiro reconhece que o mesmo tríplex (que agora diz ser de Lula), já tinha sido dado em garantia para a obtenção de financiamentos por parte da OAS. Em outras palavras, Lula seria o dono do tríplex, só que a OAS dava o imóvel como garantia. Afinal, amigo é para essas coisas......

(*) Segundo Luiz Nassif, o Código Penal "proíbe que uma pessoa seja julgada duas vezes pela mesma acusação. E o caso do tríplex já foi julgado e anulado pela Justiça Estadual de São Paulo". 

PS - Para entender melhor o caso:

Junho de 2016 – delação recusada
Condenado a 16 anos de prisão, o empresário aceitou fazer  delação premiada. A sua delação foi recusada em junho porque, segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo, não incriminava Lula.

Abril de 2017 – o condenado Léo Pinheiro se dobra
Finalmente, em abril de 2017, Léo Pinheiro se dobra, troca de advogados e faz o depoimento que os procuradores queriam incriminando Lula. O empresário diz ter sido o único responsável dentro da OAS pela questão do triplex e deixa claro que não tem provas do suposto acerto. 
(Fonte: blog do Fernando Brito 21/4/2017)

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