quinta-feira, julho 20, 2017

Apaguem a luz: a energia vai subir.

Apaguem a luz, o preço da energia elétrica vai disparar. O alerta está dado. Se nada for feito e o governo levar adiante a ideia de vender as hidroelétricas da Eletrobrás, o impacto no bolso do consumidor vai deixar muita gente sem dormir.

Segundo Manoel Ventura (O Globo 18/7), a proposta está sendo estudada no Ministério de Minas e Energia. As 14 usinas que querem vender, juntas somam 14 mil MW e geram energia para atender 25 milhões de residências. Como foram construídas há um bom tempo, já estão amortizadas, o custo da energia é praticamente o de operação e manutenção (cerca de R$60/MWh). Se forem privatizadas o comprador vai estabelecer o preço da energia pelo mercado, definido de acordo com a demanda (cerca de R$200/MWh).

A brutal diferença de 60 para 200 reais o MWh, salvo melhor juízo, vai ser paga pelo consumidor.

Em outras palavras, o governo para atrair investidores vai repassar para a tarifa um considerável reajuste.  Por isso, segundo Ventura, as hidrelétricas devem ser ofertadas ao mercado de maneira escalonada, tanto para reduzir os impactos nas tarifas, quanto para preparar as distribuidoras para a nova realidade do sistema.

O governo atual alega que a mudança é inevitável e que a Eletrobras vai ganhar com as privatizações. Especialistas do setor elétrico reconhecem o fraco desempenho financeiro da estatal, só que com o reajuste anunciado: a própria Eletrobrás se reergueria sem precisar vender suas hidroelétricas. Quanta ingenuidade - é o óbvio. Só que não é o óbvio que o governo busca. O que ele quer é vender ativos para atender as necessidades do Tesouro. E como toda a venda tem um corretor,  não custa lembrar que boa parte da quadrilha está solta. Loucos para sair correndo com uma mala de dinheiro.

PS- O que está sendo proposto por esse governo inconsequente é um "negócio da China". Pelas contas que fiz, o tempo de retorno do investimento, 30 bilhões, é de 3 anos. Um verdadeiro "negócio da China". Ou então para chineses. Se não vejamos: quem pode bancar os valores envolvidos (cerca de 30 bilhões de reais)? Quem tem dinheiro disponível e forte interesse no setor de energia elétrica no Brasil? Novamente, para as duas perguntas a resposta é a mesma: os chineses.

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