quinta-feira, agosto 17, 2017

Trump: uma temeridade

Uma coisa é certa, poucos sabem o que Trump irá fazer. Uma temeridade, já que a chave do  maior poder bélico do planeta está com ele. Sua instabilidade ficou visível diante os confrontos nas ruas de Charlottesville, no final de semana. Com facções extremistas de ultra direita ressurgindo com força, Trump ficou numa saia justa. Inicialmente, minimizou o ocorrido e aliviou o ódio presente nas manifestações. No dia seguinte, diante das duras criticas, voltou atrás. Ontem, sabe-se lá porque, voltou a mostrar seu verdadeiro lado. Para cientistas políticos, a campanha e a vitória de Trump "revigoraram o movimento supremacista de forma inédita".

O episódio está sendo visto com enorme preocupação. Na mira de Trump estão Coreia do Norte e a Venezuela. O "New York Times" publicou com destaque a posição do presidente da Coréia do Sul, Moon Jae-in, que advertiu Trump que não quer saber de nenhum ataque americano à Coreia do Norte. O mesmo jornal também publicou que o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declarou "que a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela não deveria nem ser considerada". E segundo o jornal a intempestiva iniciativa de Trump "uniu a América Latina". Algo até então impensável por Maduro.

O certo é que Trump vem errando: na politica externa e na interna. O que se viu em Charlottesville, na noite do dia 11, não é novidade nos estados do sul dos Estados Unidos. São feridas do passado que ainda estão presentes. O que surpreende é um presidente alimentar os desencontros históricos da sociedade, suas causas sociais e demográficas. Ainda mais quando agravadas por uma "cultura politica que venera armas e confrontos", comenta na sua coluna do "Financial Times", Gideon Rachman.

Nenhum comentário: