quarta-feira, novembro 29, 2017

Ainda sobre o Fórum de Negócios Verdes

Em entrevista ao jornal Valor, de ontem, o embaixador da União Europeia no Brasil, o português João Gomes Cravinho, ressaltou: "A transformação da economia exigida na implantação do Acordo de Paris requer forte envolvimento do setor privado. Sem ele dificilmente funcionará". Talvez em razão disso, minha primeira constatação, a ausência do setor público no Fórum, tenha sido respondida.

O evento organizado pela UE, Febraban e WWF, reuniu por dois dias uma centena de empresários interessados em agricultura de baixo carbono, biomassa, energia solar e eficiência energética. Temas destacados pelo embaixador Cravinho, como prioritários na cooperação Brasil-União Europeia.

A União Europeia é o maior financiador climático global. O objetivo principal do Fórum, foi de aproximar os interesses brasileiros em negócios verdes dos fundos existentes para o desenvolvimento de uma economia sustentável. Segundo Cravinho, os recursos nesses fundos mais que dobraram de 2013 para cá. No ano passado havia disponível 20 bilhões de euros. Muito pouco desse montante chegou na América Latina.

A diretora internacional de Ação Climática da Comissão Europeia, Yvon Slingenberg, reconhece as dificuldades internas do próprio bloco europeu de estabelecer e se desenvolver com uma matriz energética sem carbono. No entanto se mostra confiante com os números atuais da nova indústria mais competitiva via inovação, eficiência energética  e negócios sustentáveis. Entre 2021 e 2030, serão investidos 80 bilhões de euros por ano para atender os compromissos com o Acordo de Paris.

Já quanto a nossa situação, quem nos mostrou por onde andamos foi o vice-presidente da Febraban, Alvir Hoffmann. Segundo ele, em dezembro de 2016, o saldo dos empréstimos para energias renováveis, agricultura de baixo carbono e transportes chegou a R$ 309 bilhões. Isso representou quase que 20% do total de empréstimos a pessoas jurídicas dos 15 maiores bancos públicos e privados do Brasil.  

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