terça-feira, janeiro 30, 2018

Em Davos: Trump sozinho.

Antes de embarcar para São Francisco deu para ler a revista Times, pós Davos. O editorial trata das vaias que o presidente Trump recebeu e suas contradições. Algo até então impensável, para um público como o de  Davos. Do que pude perceber, as vaias estavam muito associadas ao rompimento de Trump com o Acordo de Paris. O que, de certa forma, só confirma um sentimento antigo: o mundo caminha em direção ao desenvolvimento sustentável. Já Trump, como todos os seus eleitores sabem,   optou pelos combustíveis fósseis como fonte de energia (*). Se isolou. A capa da revista é AMERICA ALONE!

 O editor-chefe da revista, Edward  Felsenthal, comenta que Trump levou a maior comitiva que os americanos já levaram para Davos. Uma contradição, valorizaram um evento criado para favorecer a  globalização quando a posição de Trump sempre foi contraria a esse projeto. Seu discurso "America First", foi o que o elegeu. Pela primeira vez em Davos,  a reação a globalização estava dentro do evento. Do lado  de fora, algumas manifestações e muita neve.

Na mesma edição da Times, Jim Lamon, CEO da DEPCOM Power, uma empresa que implanta e opera usinas solares, que passou décadas construindo usinas térmicas a carvão, não poupa seu antigo aliado. Segundo ele, a decisão do governo Trump, do dia 22 de janeiro, de taxar em 30% a importação de painéis solares é um grande retrocesso. A Associação das Industrias da Energia Solar dos Estados Unidos, estima que esse imposto vai fechar 30 mil postos de trabalho em 2018. Empregos cujo piso salarial é de US$ 18/hora. "America First", para quem ?

(*) Conversando com pessoas que estudam politica nos EUA, Trump tem se mantido coerente com sua campanha. Embora dentro do próprio partido muitas de suas declarações não encontrem eco.

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