Depois do bate boca no Supremo, entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, tudo pode acontecer. Como o Brasil, a Suprema Corte também se mostrou sem rumo diante a Nação. A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, numa cena patética, tentava ao vivo suspender a sessão e os dois ministros batendo boca. Lamentável.
Que país é esse, todos se perguntam?
Como amanhã se encerra o Fórum Mundial da Água, tema da maior importância para a humanidade, optei por registrar algumas informações e preocupações adicionais. Quanto as agressões verbais dos ministros, pela gravidade do que foi dito publicamente, cabe ao Supremo responder a sociedade. Se silenciar for a resposta, o desgaste será ainda maior. (*)
Honestamente, não sei qual vai ser o legado do fórum. Historicamente a água não tem chegado a todos. Atualmente, no mundo, dos 7,6 bilhões de habitantes, 1 bilhão não tem acesso à quantidade de água mínima para sua subsistência. Se o nosso olhar for em direção ao saneamento, a situação é ainda mais grave: 2,4 bilhões de pessoas não tem acesso a instalações sanitárias adequadas. (Fonte: ONU e IWA (Internacional Water Association)
Por aqui pouco se fala sobre nossas responsabilidades em relação água e saneamento, até porque não é conveniente. O Brasil, detentor da maior reserva de água potável do mundo, é prova viva dessa omissão. Enquanto detemos 13% das reservas mundiais de água doce, nossa população representa 3% do planeta. No entanto, do total que utilizamos: apenas 8% vai para o consumo humano. Como se vê são gargalos que nos acompanham por décadas, e que confirmam a má distribuição desse recurso natural vital para a humanidade. Portanto, autoridades que nos representam no fórum, qualidade de vida não pode ser só discurso: tem que ter compromisso com água e saneamento básico para todos.
(*) Durante o dia o Supremo, se superou: adiou duas importantes decisões. O habeas corpus de Lula e o fim do auxílio moradia" dos juízes. Ninguém merece.
Atualizando: parabéns Floripa pelos teus 345 anos. Grato pela acolhida que tive e por tudo que me deste. (23/3/2018)
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