Passo todos os dias por ali, quase sempre a pé. Quando uso o carro, só estresse. Não anda. A cidade está um caos, se arrasta até nas vias onde o trânsito devia andar, como na Beira Mar, na SC-401 e na Via Expressa. Os anos passam e a situação só se agrava. Em razão disso, nos tornamos prisioneiros do atraso.
Em dezembro de 2000, quando me reelegi vereador, coube a mim a tarefa de falar em nome dos vereadores eleitos. Era o primeiro mandato do milênio. E assim comecei meu pronunciamento:
"Senhores vereadores, temos o compromisso de legislar para esta maravilhosa cidade com o extremo cuidado de não condená-la, como ocorreu com tantas outras, a uma saturação do seu espaço urbano, deixando como herança para as gerações futuras uma cidade com a sua qualidade de vida já esgotada".
E depois de citar legados de importantes urbanistas, que imortalizaram suas obras em cidades como Buenos Aires, Londres, Barcelona, Bilbao e tantas outras, finalizei meu discurso cobrando dos novos vereadores responsabilidade para com Florianópolis:
"No século que ora se inicia, diálogo, respeito à cidadania e transparência no uso dos recursos públicos será o tripé da sustentação das administrações dos grandes conglomerados urbanos." (*)
"Por fim senhores vereadores, é neste contexto que nos inserimos. Nosso trabalho e nossos compromissos precisam estar em sintonia com uma sociedade cada vez mais atenta e preocupada com o destino de Florianópolis. Acabou a figura do vereador corretor, do vereador subserviente, que limita o seu mandato às imposições do Poder Executivo e alimenta relações de compadrio com seu eleitorado". (**)
(*) O tripé, diálogo, cidadania e transparência no uso do recurso público, como identificação de boa prática: perfeito. Só que a realidade é outra.
(**) Até parece que os nossos representantes no Poder Legislativo, vereadores, deputados e senadores, querem estar em sintonia com a sociedade. Quanta ingenuidade.
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