quarta-feira, junho 20, 2018

A reprovação de Temer, o desencanto dos jovens e a decisão do STF

Na semana passada, três fatos importantes mereceram a atenção da mídia. O primeiro, que não surpreendeu ninguém, foi a queda de popularidade de Temer. Como já era esperada, não cabe nem comentar, fica apenas como registro. Já a vontade dos jovens de deixar o país, identificada na última pesquisa da Datafolha, merece uma atenção maior. Se por um lado uma parcela da nossa juventude sempre sonhou com Miami, também é verdade que a falta de emprego, a crise política e o desgoverno, tem levado muitos a pensar numa vida fora de nossas fronteiras. Duas situações aparentemente distintas, mas com a mesma origem: o golpe que resultou no impeachment de Dilma e na prisão de Lula. Ambos, sem  prova.

Pouco a pouco, o que estava protegido pelos interesses de setores comprometidos com o golpe começam  a vir à tona. Na semana passada (14/6), a deliberação do STF que proibiu a condução coercitiva por 6 votos a 5, com a maioria dos ministros reconhecendo o abuso que era, trouxe parte da esperança de volta. Nesses 51 meses, a Lava Jato executou 227 atos de coerção ou de força, nos lembra Janio de Freitas. A maioria deles de pessoas presas por tempo indeterminado, até que fizessem a esperada delação. O caso mais emblemático foi o de Leo Pinheiro. Depois de mofar na cadeia, acabou falando o que queriam ouvir: virou o principal delator e responsável pela condenação de Lula. 

Outra situação de indignação e dor se deu aqui na nossa Ilha. O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, retirado de dentro do Campus através de condução coercitiva, sem forças para administrar o mal que lhe causaram, tirou sua própria vida. O que esperamos é que se substitua o espetáculo e a demagogia pela investigação responsável. Ninguém, afora os corruptos, é a favor da corrupção. "Como também ninguém deveria ser a favor da combinação ilegal de arbitrariedade e coerção em nome da Justiça", comenta Janio de Freitas no seu artigo - Justiça fora da lei.(FSP 17/6 )

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