terça-feira, junho 19, 2018

O futuro é produzir energia limpa em vez de subsidiar poluição

Quando me perguntam sobre as vantagens das energias renováveis, sempre saliento o fato de ser distribuída. Sem grandes investimentos, sem grande empreiteiras e sem grandes possibilidades de gerar aditivos e propinas. Uma nova forma de atendermos nossas necessidades energéticas, mais pulverizada e democrática. Como muitos não pensam assim, quando encontro alguém que pensa como eu - registro no blog. Principalmente quando se trata de um estudioso, Rodrigo Zeidan (*).

Rodrigo começa assim seu último artigo: "Nenhum candidato, até agora, apresentou uma agenda de longo prazo. Bem, temos uma área na qual podemos sair da ladainha do populismo pueril - energias renováveis". E segue focado no Brasil, país de excelente insolação mas com pouca energia solar instalada: "Temos menos de 2 GW de capacidade instalada. Há espaço para muito mais. Mas os subsídios (até indiretos) a combustíveis fósseis são grandes barreiras"....... 

E termina assim seu artigo: "Em vez de criar royalties sobre vento - a tresloucada ideia proposta por um  deputado (**), deveríamos extinguir os subsídios ao setor de óleo e gás. Em vez de aprovar megalomaníacas hidroelétricas no Norte e investimentos colossais em petróleo, excelentes em produzir propinas mas não energia, focaríamos plantas eólicas e solares. A péssima gestão, politica e empresarial, do petróleo levou o setor sucroalcooleiro quase à bancarrota. Estávamos caminhando para o etanol de segunda geração com produtividade crescente, mas inviabilizamos sua expansão ao continuar a subsidiar gasolina e diesel".

(*) Rodrigo Zeidan, doutor em economia pela UFRJ, professor da New York University.

(**) Um dos nossos congressistas, de olho no vento e nos votos, sem se constranger, propôs que a energia produzida nos parques eólicos teria que pagar royalties pelo uso do vento. Ainda bem que nem os bons ventos do nordeste levou a sério a proposta. Que tristeza!

PS - O artigo "Energia renovável para reciclar R$ 1 tri". Foi publicado na FSP, 16/6. 

    

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