Quando pensei sobre o título acima, longe de ser um delírio primaveril de um blogueiro inconsequente, foi justamente em razão de reflexões que fiz sobre comentários que li da tragédia que vivenciamos.
Num encontro em São Paulo, o artista Antonio Manuel se saiu com essa: "O Museu Nacional é um lugar que eu frequentei desde criança. Você ia ao museu e sentia o clima de decadência. O povo já é sofrido, não tem escolas não tem saúde não tem emprego. E agora acabaram com o passado".
Em outro momento, Antonio Manuel comenta que a perda é irrecuperável e sente simpatia pela ideia do antropólogo Eduardo Viveiro de Castro, que propõe: "não se mexa nas cinzas e que se façam passarelas internas para que as pessoas vejam o que restou. Para que nunca mais aconteça uma coisa dessas". A intenção, embora vá gerar uma grande polêmica, é boa. Precisamos levar um choque de consciência, para ver se a sociedade acorda. Por isso o título acima.
No mesmo dia, no mesmo jornal e no mesmo caderno, Vladimir Safatle também ressalta a lucidez do antropólogo Viveiro de Castro. Sua coluna, com o título "Deixar em ruínas"é imperdível. Os argumentos utilizados por Safatle são fortes. Cito dois:
- "Nada deveria ser reparado ou construído no lugar. Isso faria com que as gerações futuras se lembrassem do que são capazes aqueles que atualmente acreditam nos governar."
- "Ao fim da Segunda Guerra Mundial, os alemães decidiram deixar em ruínas uma das catedrais mais importantes de Berlim. A Kaiser Wilhelm (fotos abaixo)
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