quinta-feira, setembro 20, 2018

Que a sociedade se desarme

O que eu espero do Brasil é que a sociedade se desarme. O risco da radicalização é real. As últimas pesquisas já mostram Haddad no segundo turno. Possivelmente seu adversário será Bolsonaro. Para muitos analistas, um quadro explosivo. Para outros, um desafio que precisamos enfrentar. Não dá mais para continuar assim. Só se pensa em eleição, sem um projeto de nação.

Os partidos proliferam e pouco representam. De olho no Fundo Partidário, os políticos se distanciam  do povo.  A sociedade reclama de todos, prega a renovação, mas vota na mesmice. Do jeito que vai,  cresce o risco da radicalização.  Lamentável, mas real. Uma sociedade dividida, que atravessa uma crise política sem grandes lideranças, agravada por uma fragmentação partidária como a nossa, não me parece o melhor dos mundos.

No meu entendimento, negar o resultado eleitoral de 2014 foi o começo de tudo. "A base da sobrevivência de uma democracia é a legitimidade do eleito", nos ensina Fabio Giambiagi e  Paulo Tufner (*).


Quando Aécio Neves se recusou a reconhecer o resultado, a casa caiu. Um grupo se articulou levando para as ruas e para dentro do Congresso, a ideia do impeachment de Dilma. Em nenhum momento pensaram no Brasil e nas consequências futuras. Como a vida dá voltas, hoje Dilma lidera a corrida para o Senado em Minas Gerais, berço político de Aécio. Quanto ao neto de Tancredo...

Não sei o que nos espera em 2019, mas a busca do entendimento com vistas à construção de consensos é fundamental. Sem diálogo tudo vai ser mais difícil. Quem perdeu em 2014, pode de novo perder em 2018. Deslegitimar um presidente eleito, com já fizeram, novamente vai acontecer. A  responsabilidade para evitar a repetição desse desatino, é de todos nós. Só através de uma sociedade  amadurecida, desarmada e comprometida com o futuro do Brasil é que sairemos da crise que estamos.

Se vamos conseguir ou não .....

(*) Fabio e Paulo são economistas e autores de vários livros.






Nenhum comentário: