quarta-feira, setembro 19, 2018

Não se combate a violência com mais violência

Como a grande maioria dos brasileiros, nunca tive uma arma. Agora, em pleno processo eleitoral, tem candidato apresentando como proposta de combater a violência: armar a sociedade. Para mim, uma loucura. Não acredito que armar a sociedade seja uma forma de se combater a violência. A certeza sobre o que ora comento, se deu no domingo passado quando passei por uma manifestação pró-Bolsonaro, na Avenida Beira Mar, em Florianópolis. As pessoas que estavam ali não tinham cara de andar armados. Quanto muito poderiam ter um segurança armado. Infelizmente, aquele grupo de manifestantes, embora pequeno, representa um perfil que vem ganhando espaço na sociedade. Se recusam a entender que sem uma melhor distribuição de renda, que beneficie todos os setores, dificilmente conseguiremos viver em paz.

Olhar para o futuro do Brasil, com o rol de desigualdades que temos, só mesmo se estivermos determinados a vencer as adversidades e construirmos a sobrevivência da democracia. De forma respeitosa e sem ressentimentos. Nunca armados até os dentes: é uma ingenuidade achar que o fim da violência está associado a uma sociedade armada.

Se alguém tem dúvida sobre isso, vide os assassinatos de Marielle e Anderson, no Rio de Janeiro. Um caso típico da violência urbana, com repercussão internacional. No último dia 14, completou seis meses sem resposta. De concreto o que se sabe, foram 13 tiros disparados à queima-roupa. Quatro atingiram a cabeça da vereadora. O Chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, admitiu que o crime pode ter sido uma "execução". E as armas continuam por aí. A origem da munição, segundo foi apurado: ela foi comprada pela Polícia Federal em dezembro de 2006.

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