Reforma da Previdência: "me engana que eu gosto"
Caro Adamastor, ainda sinto um vazio quando desço para o café e não te vejo por lá. Na sexta-feira, por exemplo, assunto é que não faltou. O embate do Maia com o Bolsonaro, a prisão do Temer, a bolsa em queda, o dólar em alta, o assassinato de Marielle, a ida aos EUA, a visita ao Chile e para completar a reforma dos militares. Tudo isso em apenas uma semana. (*)
A ressaca do Carnaval mal passou e já temos bons temas de samba enredo para o próximo ano. O Brasil é lúdico por natureza. Não há país como o nosso. O governo se atrapalha sozinho e desaba em dois meses. Nesse curto espaço de tempo, boa parte dos eleitores de Bolsonaro já dão sinais de arrependimento do voto que deram. E o pior está a caminho. Seu principal projeto, a reforma da previdência, não se sustenta. O mico é tamanho, que ninguém quer ser relator.
Adamastor a pergunta que lhe faço é como pode dar certo um projeto de reforma previdenciária, que tem à frente alguém que se aposentou com 33 anos de idade? Ninguém merece. A impressão que fica é de um "me engana que eu gosto".
Por falar em "me engana que eu gosto", tudo ficou mais claro com a reforma dos militares. Depois de todo o suspense que criaram, desde o encaminhamento do projeto até o seu detalhamento, caiu a ficha. De forma muita resumida, própria de conversa de café, apenas trocaram o dinheiro de bolso. Aumentaram a alíquota do desconto previdenciário e compensaram com um belo do reajuste salarial, denominado agora: de reestruturação das carreiras. Simples assim.
(*) Seu Adamastor, para quem não sabe, é um aposentado das antigas com quem conversava no café. Nos deixou logo depois do Carnaval. Voltou para Rio Grande, sua cidade natal.
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