domingo, janeiro 19, 2020

Adoção de idosos, "me engana que eu gosto".

O ano mal começou e o sinal vermelho já acendeu. O Estado, através do secretário nacional de Direitos da Pessoa Idosa, Antônio Costa, está propondo um programa de adoção de idosos. Mais uma iniciativa "me engana que eu gosto".

Que os idosos precisam de atenção, todos sabem. Infelizmente, a desatenção só cresce. A sociedade se modificou e as famílias, com as raras exceções de sempre, não estão nem aí para os seus idosos. Com as aposentadorias minguando e o acesso dificultado, o  que vem por aí é o pior dos mundos.  Quem viver verá. (*)

As palavras podem parecer duras, mas retratam a situação que vivenciamos. Lamento dizer que no futuro a vida dos idosos será ainda mais difícil. Basta observar as ruas e a visível ausência de políticas públicas para resolver esse grave problema social. Queria muito estar errado. Sempre olhei para os idosos de forma respeitosa. Só que a realidade é outra.(**)

Quem precisa do INSS sabe o que estou falando. As filas estão aí para confirmar. São milhões que ganham 1 SM, sem falar nos que estão fora do sistema perambulando pelas ruas, sem ter um abrigo, um prato de sopa, o afago de um filho. No futuro teremos um numeroso exército de pessoas idosas, no aguardo de uma política pública que diminua a miséria e lhes traga esperança. (***)

(*) As novas regras previdenciárias, agravam ainda mais a situação de penúria dos aposentados. Não terão as condições necessárias para uma velhice digna. Nem seus algozes estarão aqui para ouvir suas reclamações.

(**) O projeto proposto pelo governo das pessoas adotarem idosos, é o próprio "me engana que eu gosto". A obrigação primeira é da família, depois vem o Estado. "Terceirizar" a responsabilidade no acolhimento ao idoso, não precisa ser da área para saber que não vai funcionar.

(***) Quantos idosos seremos no futuro? Alguém já se perguntou? Alguns milhões. E desses alguns milhões, a grande maioria na miséria. A única possibilidade que vislumbro, é o Estado se comprometer em combater a desigualdade social que temos e propor politicas públicas que contemplem o bem estar dos idosos. A China entendeu que para crescer, o primeiro passo é  combater a miséria. (leia no blog 13/01, A reviravolta chinesa)

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