sexta-feira, abril 03, 2020

De olho no coronavírus e na economia

Não sei se o governo vai conseguir atender as duas coisas: o coronavírus e o cuidado com os que mais precisam. Quando falta governança, tudo fica mais difícil. Já deu para ver que Bolsonaro gosta  é de alimentar a discórdia. Cada dia uma agonia. Até quando isso vai durar, ninguém sabe.

Em relação ao coronavírus, mesmo com boicotes e falsas notícias, estamos nos preparando para o pior. Ao contrário de países bem mais desenvolvidos que o nosso, o alerta se deu na hora certa. A preocupação agora é com o complexo suporte médico/hospitalar, que uma pandemia dessa magnitude está a nos exigir.

Se por um lado temos o SUS a nosso favor, a chegada do vírus também serviu para nos mostrar o quanto precisamos fortalecê-lo. Quem não se lembra da luta do ministro da Saúde, o médico Adib Jatene (1929/2014), para assegurar recursos para o SUS. Na época foi muito atacado por isso. Seu esforço foi em vão. Mais incomodado que desgastado, pediu as contas: todos nós perdemos.

Já em relação a economia e a necessidade urgente de se olhar para os que mais precisam, a realidade é outra. O coronavírus chegou num país desigual com a economia estagnada; PIB em 2019 de 1,1% e projeção de ZERO % em 2020. Diante dessa realidade a capacidade de reação, só com uma forte injeção de recursos públicos.

Dentro da "normalidade", nada vai acontecer. A saída é pensar fora da "casinha", num plano B. Algo até então impensável. Com a crise já reconhecida como de calamidade pública nacional, pode-se aprovar um orçamento paralelo emergencial. Um dinheiro novo, carimbado, para reforçar o SUS e movimentar a economia. Outros países já fizeram isso em tempos de guerra, de desastres naturais e de pandemia. É só querer!

PS - Quanto ao tempo de duração da crise, que por enquanto nem sabemos qual é, só temos uma certeza: corre contra nós. 

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