terça-feira, setembro 22, 2020

Ou se cria empregos, ou vamos padecer no paraíso...

 Assim como as queimadas o desemprego também é uma tragédia. O Brasil passa pelo seu pior momento. Assim como as fumaças atrapalham a visão, as repetidas mentiras também encobrem o  descaminho que estamos seguindo.

Sem citar nomes e responsáveis, até porque não precisa, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), informou na sexta-feira (18), que na última semana; 1,1 milhão de pessoas se somaram a lista dos desempregados.

Segundo o IBGE o total dos desempregados chegou a 13,7 milhões de pessoas. Além de ser a maior taxa já registrada, a leitura que faço ainda é mais preocupante. O esforço de encobrir a realidade, como acontece com as queimadas, não sobrevive um olhar mais atento para a realidade das ruas. O IBGE mostra que desesperança de achar emprego, também é crescente.

A explicação do Instituto para os números medidos estarem abaixo do real, faz sentido. Durante a pandemia o indicador escondeu milhões de pessoas que deixaram de procurar trabalho. Alguns por medo de contaminação, outros cansados de nada encontrarem. (Nicola Pamplona, FSP 19/9).

Outro fato importante foi a liberação do auxílio emergencial. Tanto nos desempregados como na economia, o auxílio emergencial ajudou no enfrentamento da pandemia. Sem ele,  o estrago teria sido muito maior. A grande incerteza que se tem, é sobre o que vai acontecer quando terminar.

Infelizmente, não dá para prever nada até o fim do ano. As eleições estão chegando e as disputas políticas também. Com o fim dos programas de apoio social, a tendência é o quadro se agravar ainda mais. Segundo a pesquisa FGV/Ibre "uma nova onda de demissões" pode ocorrer para o início de 2021. Se isso acontecer, o tombo será ainda maior.

Concluindo minhas preocupações, só vejo um caminho: ou se cria empregos, ou vamos padecer no paraíso. O trabalhador informal foi o mais prejudicado. Já o trabalho formal, protegido por programas do governo, também vem sofrendo reduções salariais e muita incerteza quanto ao futuro. O resultado dessa tragédia é uma sociedade empobrecida, que vai precisar se reerguer. 

PS- O Brasil tem que se reinventar. Com investimentos, planejamento, formação, inovação, novos empregos, sustentabilidade, e programas de distribuição de renda que consigam - urgentemente -reduzir as desigualdades sociais. Nada diferente do que o Novo Mundo do papa Francisco.


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