Dois anos atrás uma jovem sueca de 16 anos, resolveu protestar. Ninguém sabia quem era. Em muito pouco tempo, Greta Thunberg passou a ser conhecida por jovens de todo o mundo. Essa inesperada transformação na sua vida se deve ao fato de sua atitude, diante de uma grave ameaça ambiental. Inicialmente, Greta me pareceu uma manifestante a mais que desapareceria no tempo. Um modismo, como tantos outros.
Ao ler a entrevista dela para Leonardo Sakamoto da UOL, 21/11, de pronto senti a necessidade de rever minha primeira impressão. Sua liderança é uma realidade. Nada que aconteceu com ela nesses dois anos, Personalidade do Ano pela revista Times e cotada para ser o Prêmio Nobel da Paz, mudou a sua forma de ver o mundo e de agir.
A visibilidade global que agora tem, começou num protesto solitário em frente ao parlamento da Suécia. Sua atitude mudou sua vida e a de milhões de jovens que acompanham seus passos. Aonde vai junta multidões e quando começa a cobrar respostas para as mudanças climáticas, põe em cheque as principais lideranças mundiais. Greta fala o que pensa, sem se preocupar com quem está falando. (*)
Ao longo da entrevista ela revela seu amadurecimento. Ao afirmar, por exemplo: "Uma pessoa desconhecida pode causar grandes mudanças. Você não precisa ser a mais barulhenta, a mais poderosa, a mais rica ou a mais privilegiada para mudar o mundo, basta ter coerência e atitude". E, conclui "Nunca devemos desencorajar as pessoas de agir, nunca devemos subestimar o incrível poder da voz"; Greta mostra para que veio.
Indagada sobre o tempo que temos para evitar o pior, novamente demonstra sabedoria. "Não há um ponto que diga que tudo está perdido. Não tem uma resposta científica, para essa pergunta. O futuro depende de nós. Da ciência, do conhecimento e da vontade das pessoas quererem mudar". (**)
Greta não gosta de falar de sua vida pessoal, continua se achando uma ativista local que virou global. Sabe que seu tempo vai passar e espera que um dia as pessoas entendam que somos nós - os causadores das mudanças climáticas. A importância desse reconhecimento, está em admitir o nosso fracasso comum. Só assim a humanidade vai sentir a necessidade de se comprometer com as mudanças que o mundo precisa.
(*) No ano passado Bolsonaro chamou Greta de "pirralha". Sobre esse episódio, assim ela se manifestou: "Um comportamento próprio de quem fez do Brasil um vilão do clima".
(**) O tripé ciência, conhecimento e vontade de mudar, nunca esteve tão presente no mundo atual. Nos dois países com maior número de mortes por covid 19, Brasil e EUA, a negação desses valores foi incentivada por seus respectivos governantes: Bolsonaro aqui e Trump lá.
PS - Mais de 80% dos brasileiros defende o meio ambiente e se preocupa com as mudanças do clima. Portanto, o Brasil é bem maior do que pensam Bolsonaro, Mourão e Salles. Não seremos conduzidos pelo atraso, pela violência, pelo ódio e por mentiras. O que nos move, é a esperança de um país melhor. Faça a sua parte, incorpore - atitude - na sua vida!
Nenhum comentário:
Postar um comentário