domingo, novembro 29, 2020

Segundo Turno das Eleições: vencedores e "descartados"

Para comentar o resultado eleitoral do segundo turno, você precisa estar ligado. As informações são muitas e as interpretações podem ser maquiadas conforme os interesses em jogo. O tempo me ensinou que nem sempre o que vai para as urnas é o que está nas ruas.

E por falar nas ruas, antes mesmo das urnas se abrirem, quero comentar o que sinto desse segundo turno. Ao meu ver já dá para perceber que temos vencedores e "descartados". Vencedores são todos aqueles que independente do resultado final, ganharam o apoio de muitos. São candidaturas que enfrentaram a força dos atuais prefeitos, de governadores hostis, do governo Bolsonaro e das artimanhas obscuras do verdadeiro poder.(*)

Nesse grupo identifico:, em Porto Alegre - Manuela d'Ávila, 39, jornalista (PCdoB); São Paulo -  Guilherme Boulos, 38, professor de filosofia (PSOL); Recife - Marília Arraes, 36, advogada (PT); Belém - Edmilson Rodrigues, 63, arquiteto (PSOL). De forma bem objetiva, todos passaram pelas dificuldades dos critérios acima. Pelos votos que vão ter, souberam ampliar de forma significativa seus eleitores. Como se diz na política, furaram "a bolha".   

Por outro lado, seguindo a mesma forma de ver as coisas, o Rio de Janeiro é um caso típico de candidato "descartado". Crivella, para muitos analistas políticos o pior prefeito que o Rio já teve,  foi "descartado" pelos cariocas. Não se pode atribuir a esquerda e muito menos ao Eduardo Paes esse resultado. A sociedade cansou de tanta mediocridade e tratou de se livrar do mico. Simples assim.

(*) Segundo Mike Lofgren, autor do comentado livro "The Party is Over", assessor dos republicanos no Congresso por 28 anos, quem realmente manda no Estado são forças sem alma e sem rosto. 

PS - A expressão "descartado" me ocorreu depois da eleição americana. Representa o pior dos resultados. Trump, por exemplo,  foi "descartado". As urnas refletiram algo maior do que uma derrota eleitoral. Definitivamente, arrogância e  despreparo não combinam com reeleição. 


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