quarta-feira, fevereiro 10, 2021

Na volta dos EUA ao Acordo de Paris, Biden aposta nos empregos verdes

A volta dos EUA ao Acordo de Paris, foi uma das primeiras promessas de Biden a ser cumprida. Para nós, em particular, a mais aguardada. Para muitos, nada além do óbvio. Cuidar da Terra, significa cuidar da vida no planeta. Simples assim. 

No entanto, nem todos pensam dessa forma. Bolsonaro, Araújo e Salles, não querem nem saber o que significa acordos entre países, compromissos multilaterais de proteção ambiental e mudanças do clima. Com isso, isolaram o Brasil. Com eles, isolados vamos ficar. 

Logo que tomou posse, o presidente dos EUA  assinou um pacote de medidas para enfrentar a crise climática. O plano de ação, por ele mesmo considerado ambicioso, soma US$ 2 trilhões. No pacote, além de dólares para incentivar a transição dos EUA para a energia limpa, vários recados.

Para o público interno, Biden falou que quer dobrar a produção de energia eólica até 2030. Se referenciou aos "empregos verdes", como o futuro: "Esse é um caso em que consciência e conveniência se encontram. Quando penso em mudança climática e as respostas para isso, eu penso em empregos", declarou Biden. (Reuters/NYT).

O pacote foi muito festejado pelas organizações de proteção ao meio ambiente. Para Gene Karpinski, presidente da Liga dos Eleitores pela Conservação, ao NYT, dia 23/1, "Este é o maior dia para a ação climática em mais de uma década". Já Erin Sikorsky, do Thinh/Tank Center for Climate &Security, assim se manifestou: "As medidas nos levam além do que Obama fez". 

Em relação ao Brasil, Biden também mandou um recado: sua preocupação com a Amazônia. Uma floresta tropical que está sendo destruída. Pelo comportamento do governo brasileiro, a pressão vai continuar. John Kerry, um democrata próximo a Biden, vai responder  pela política externa americana em relação ao clima. A orientação é combinar negócios com preservação ambiental.

O Brasil precisa urgentemente repensar sua relação com o mundo, sem isso não vai conseguir criar empregos. A boa imagem que tínhamos, se foi. Biden deixou claro que os EUA vai priorizar suas relações comerciais; com os países que tiverem comprometidos com o Acordo de Paris. 

Ao meu ver, um recado direto. Querem outra pista, o anúncio de que a Coréia do Sul irá implantar o maior parque eólico do mundo: US$ 40 bi em investimento. Para quem não sabe, a Coréia é um dos principais aliados dos EUA na Ásia.

Já em relação ao governo Bolsonaro, não sei o que  vai acontecer. Com o fechamento do Posto Ipiranga, ficamos sem orientação. Na semana passada, através da rede Linkedln, me perguntaram da onde virão os empregos que tanto precisamos. Não tenho dúvida que serão verdes, se superarmos: o isolamento que estamos, os desencontros políticos, os desafios sociais e as incertezas econômicas. 

PS- Para que o texto não fique longo, em breve comento porque no futuro os empregos serão verdes.

Um comentário:

Fernando Coelho Correia disse...

Excelente texto, em tempos tão difíceis, em que o governo federal fomenta a insanidade, irracionalidade e destruição, movimentos exteriores podem interferir positivamente na nossa economia e no processo de destruição de florestas e genocídio de indígenas, que políticas e acordos inyernaciobais produzam reflexos no Brasil.