domingo, fevereiro 07, 2021

As mortes continuam e o descaso pela vida também

 Finalmente o descaso do governo no tratamento da pandemia, está sendo responsabilizado. Quando o alerta às atitudes de Bolsonaro e suas consequências ficava entre nós,  pouca repercussão havia. Com os ministros da saúde esvaziados, defensores da ciência hostilizados e medicamentos  sem qualquer comprovação científica receitados; mais de 230 mil brasileiros já morreram. 

A repercussão do estudo feito pelo Lowy Institute, da Austrália (blog, 01/2), dá uma ideia do tamanho do nosso atraso. Não se trata de uma ONG e nem de comunistas, como o governo gosta de usar para se defender. Entre 100 países pesquisados, cinco se destacaram. Pela ordem, foram: Nova Zelândia, Vietnã, Taiwan, Tailândia e Chipre. Entre os cinco piores, seguindo a ordem: Brasil, México, Colômbia, Irã e EUA.

Que a Nova Zelândia lidere o grupo, já era esperado. Um país pequeno, uma sociedade  consciente, uma primeira ministra zelosa com o seu povo e estadista nas suas atitudes. Que o Brasil tenha ficado em último lugar, também era esperado. Um país continental e desigual. Uma sociedade empobrecida e dividida. Um presidente que nunca demonstrou preocupação com as mortes que se avolumavam. Para ele a pandemia não passava de uma "gripezinha"; e os brasileiros um bando de "maricas". (*)

Dependendo de como o dirigente trata as pessoas, vem o resultado. 

- Jacinda Ardern, 39 anos, reeleita primeira ministra da Nova Zelândia, se notabilizou pelas atitudes que tomou no combate a pandemia. Sua popularidade atravessa fronteiras e sua liderança é reconhecida por todos. Só teve um partido, o Partido Trabalhista neozelandês. Filiada desde dos 17 anos de idade, Jacinda é um exemplo de mulher e de como fazer política.

- Jair Bolsonaro, capitão afastado do Exército por mal comportamento, se aposentou com 33 anos de idade. Troca de partido como se troca de camisa. No momento está sem nenhum.

(*) No país dos "maricas" e da "gripezinha", o número de mortes por covid está se mantendo alto: está acima de 1000 por dia. Para o historiador Laurent-Henry Vignaud, Bolsonaro é o primeiro líder político anti-vacina da história. O descaso é dele, a culpa é nossa.


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