sexta-feira, julho 23, 2021

A eleição mais cara do mundo - R$ 5,7 bilhões!

Na mesma semana que o Congresso impôs limite aos supersalários, aprovou também - por ampla maioria - um valor três vezes maior que o destinado em 2020 para a campanha eleitoral de 2022. O relator, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), não economizou. O mesmo desatino que estamos vendo com a CPI da Covid, onde grupos paralelos dentro do Ministério da Saúde, que vão do cabo ao general, querendo ganhar um "pixuleco" por fora. Uma tragédia.  

Agora a ousadia do relator argumentar que a medida é importante "para o exercício da democracia dos partidos políticos", é nos chamar de otários. O valor aprovado de 1 bilhão de dólares, é para  alimentar a mais onerosa máquina eleitoral do mundo ajudar eleger os de sempre. Como era de se esperar, poucos congressistas se manifestaram contra o projeto. (*)

E agora, Jair? Não basta dizer que vai para o Centrão, até aí nenhuma novidade.  O que a sociedade espera é o seu veto aos 5,7 bilhões, conforme suas declarações. Para muitos analistas se trata de mais uma promessa para boi dormir, afinal seus filhos 01 e 03 votaram a favor e boa parte do Centrão também. No fundo a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) foi votada às pressas para viabilizar o recesso em julho. Uma manobra para suspender os trabalhos da CPI da Covid, que vem expondo e desgastando o governo. Só que mesmo no recesso os "pixulecos" não param. (**)

Segundo o ex-ministro Ricardo Salles, no atual governo "a porteira tem que ficar aberta para ir passando a boiada". Com a votação da LDO, foi exatamente isso que aconteceu. Agora deixaram a porteira aberta para a próxima investida dos nossos congressistas, o Fundo Partidário. Aguardem...

(*) Em Santa Catarina os deputados federais que votaram contra a aprovação do fundo de 5,7 bi foram: Carmem Zanotto, Gilson Marques, Pedro Uczai e Rodrigo Coelho. Os demais que expliquem aos seus eleitores o voto que deram. No Senado, Dario Berger foi o único a votar contra. Esperidião Amin e Jorginho Mello não votaram, optaram por se ausentar. Os partidos não foram citados porque muitos não passam de siglas de aluguel. Não deviam nem existir.

(**) Bolsonaro, em 22/7: "Eu sou Centrão". Patético, alguém duvidava disso. Sua história confirma que seu compromisso partidário é como uma nuvem, se move conforme seu interesse.  

      

Um comentário:

Unknown disse...

Sou favorável ao financiamento público de campanha para evitar os desequilíbrios econômicos, no entanto o momento não é razoável que neste momento que vivemos aumentemos tanto os gastos eleitorais.