quinta-feira, julho 08, 2021

Preparem o bolso: aumento da energia, da gasolina, do diesel e do gás.

Não é fake news, preparem o bolso. Com o aumento anunciado do gás (5,9%), da gasolina (6,3%), do diesel (3,7%) e da energia elétrica, duas consequências imediatas: mais inflação e empobrecimento em alta. Quanto mais vulnerável for a classe social pior será o impacto. Como é muito assunto para tratar no meu espaço limitado, vou focar no aumento da energia elétrica que sempre acompanho. (*)

Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a causa é a crise hídrica. A falta de chuva tem afetado o nível dos reservatórios das hidrelétricas, o que não deixa de ser uma verdade. Só que a recente MP da Privatização da Eletrobras, aprovada na Câmara e no Senado com seus "jabutis", vai impactar ainda mais no preço da energia.  A obrigatoriedade de instalar e comprar 8 GW de energia térmica a gás, não faz sentido. Além de não ter gás, é uma reserva de mercado garantida por lei. Sobre o seu preço não há controle.

A melhor forma de minimizar os efeitos da crise hídrica é incentivar as fontes renováveis. Intensificar a presença da energia eólica e solar na nossa matriz energética, cujo custo de geração é muito inferior ao das térmicas a gás. Se os bons ventos e a boa insolação estão disponíveis, porque não aproveitá-los através de uma política de Estado.(**)

No vizinho Uruguai, o menor país da América do Sul, essa compreensão de política energética está lá, há mais de um década. Não é por acaso que o Uruguai tem a matriz mais sustentável do planeta. Só que aqui querem taxar o sol e depois vão querer taxar o vento. O tema está sendo debatido no Congresso Nacional em projeto de lei que reduz os atuais incentivos. Da forma como está sendo tratado - um retrocesso. (***) 

Segundo Alexandre Bueno, sócio da Sun Mobi, a procura por energia solar cresceu 40% no último mês, muito em função dos reajustes na tarifa que virão. "A explosão da tarifa está levando o consumidor, principalmente o cativo, a buscar alternativas", avalia Bueno. E, conclui: "O Brasil conseguiu entregar uma bomba tarifária mesmo em um cenário de queda na demanda".  (Nicola Pamplona, FSP 4/7)

(*) Os reajustes acima da inflação autorizados pela Aneel, acabam sendo o principal incentivo para os consumidores optarem por gerarem a sua própria energia. Segundo a agência, em 2021,  são em média 22 mil novos consumidores por mês. No total temos  400 mil residências abastecidas pela energia do sol. E 78 mil pontos comerciais. 

(**) Para incorporar políticas públicas que tragam desenvolvimento, só com um governo desarmado, aberto, propositivo, respeitado e sintonizado com o mundo lá fora. 

(***) O argumento de que o mercado uruguaio é pequeno, não diminui a importância da decisão política tomada. Outros países com um desafio bem maior pela frente, já decidiram que a expansão energética não será com combustíveis fósseis.  

PS - A indústria, a agricultura, o cooperativismo, a mobilidade elétrica e o serviço público devem ser os próximos segmentos a incorporar a tecnologia. A energia solar está disponível e novas oportunidades também.  É só não atrapalhar.  

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