O que me fez adiar o comentário sobre a crise energética, foi a citação na CPI da Covid de uma palavra esquecida no tempo - "charlatão". De tão antiga que é me fez buscar no Google o seu significado: "Charlatão tanto pode ser um mercador ambulante que vende drogas e elixires reputados milagrosos atraindo e iludindo o público. Ou, por extensão, curandeiro que diz possuir remédios milagrosos".
Quem está sendo citado pela CPI de charlatão é Jair Bolsonaro. A mera suposição de sua ligação com a prática ilegal do curandeirismo, vai muito além de uma questão pessoal. É muito grave. É pior que a corrupção. O poder corrompe e é uma praga que se estende por todo o lado como se fosse uma erva daninha. Já o charlatão, ao meu juízo, é muito pior. Ele ilude as pessoas com promessas de cura, mesmo sabendo que os medicamentos milagrosos sugeridos podem levar o incauto à morte. (*)
Nessas horas sempre vem a dúvida da melhor escolha. Se vou ser entendido ou não pelos que acompanham o blog. Quantos assuntos deixei para depois: a gasolina teve seu nono aumento em seis meses; a crise hídrica/energética, deixou de ser vista como um problema relacionado só a natureza e passou a ser discutida como falta de planejamento com possíveis negócios obscuros; as mudanças extemporâneas na legislação eleitoral e trabalhista; os tanques na rua fumegando, mostram a dimensão da nossa crise política.
A semana ainda não tinha acabado e Roberto Jefferson, presidente de um partido político, aliado de primeira hora de Bolsonaro, foi preso pela Polícia Federal. Se não bastasse, por determinação do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, o próprio Jair vai ser investigado. Para desviar a atenção Bolsonaro ameaça nas redes sociais os ministros Barroso e Moraes. Uma bravata a mais de quem sente o cerco se fechando.
(*) A média de mortes da Covid 19 por milhão de habitantes no Brasil é cinco vezes maior que a média global. Sete milhões de brasileiros não tomaram a segunda dose da vacina. O que a CPI já apurou é um balaio de siri, puxa um vem outro atrás. Agora o que se espera é responsabilizar os que contribuíram com essa situação e agravaram a tragédia. Seja quem for ....
Nenhum comentário:
Postar um comentário