terça-feira, agosto 17, 2021

Bolsonaro e a Venezuela



                                      Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dois anos e meio após a posse de Bolsonaro, a BBC News ouviu vários especialistas em política Latino-americana que apontam ser ele o líder latino com comportamento que mais se aproxima de Hugo Chávez. "Bolsonaro se cercou de militares, cria embate com outros poderes, desacredita o processo eleitoral e tenta calar a imprensa", afirmou à BBC News Brasil Jorge Castañeda, ex-ministro de Relações Exteriores do México e professor da New York University.   (https:bbc.in/2XcijJF)

O estudo revela que um dos temas preferidos de Bolsonaro na campanha de 2018 foi de provocar o medo nos brasileiros de que o Brasil pudesse virar uma Venezuela. De tanto insistir, Bolsonaro convenceu boa parte do eleitorado de que isso poderia ocorrer. Só que para os estudiosos em política, o capitão Jair tinha um fascínio pelo coronel Hugo. Claro que por interesse, devidamente escondido.

Só que o estudo traz algo surpreendente para a base mais ingênua do bolsonarismo. Em 1999, o então deputado Jair Bolsonaro admitiu beber da fonte chavista em sua formação política. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que hoje gostaria de fechar, Bolsonaro afirmou: "Chávez é uma esperança para a América Latina e gostaria muito que essa filosofia chegasse ao Brasil".

 E agora Jair, qual será a próxima jogada. Eleições em 2022, todos sabem que você não quer. Tanques na rua como os da foto abaixo, pegam mal para as Forças Armadas. Se juntar aos militares como a foto acima, só dentro dos limites constitucionais. Incentivar o uso de vídeos que ameaçam fechar o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, é um retrocesso muito grande. Ataques à democracia e à liberdade precisam ser sempre repudiados.  Somos da paz, a violência do Talibã(ou Taliban), das milícias no Rio de Janeiro ou em  Caracas - não levam a lugar algum.


PS - Por diferentes motivos estive três vezes na Venezuela. Como deputado federal fui observador internacional numa das eleições gerais. Depois como presidente do Instituto IDEAL estive no Banco  de Desenvolvimento da América Latina - CAF, cuja sede é em Caracas, tratando de promover a energia solar na América Latina. Por último fiz uma apresentação na Embaixada do Brasil do Concurso ECO-LÓGICAS, que visava premiar as melhores pesquisas em energias renováveis nas universidades latinas. Talvez o mais gratificante dos trabalhos que coordenei. Clique  https://issuu.com/idealeco_logicas

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