segunda-feira, novembro 08, 2021

A poesia nos ajuda a atravessar tempos difíceis

                       Segue abaixo uma pequena passagem do último poema                                            de um amigo de longa data, parceiro de muitas                                                                         lutas. Sensível como todo o poeta,                                                                      Dinovaldo Gilioli em poucas linhas resume                                                                                             tempos difíceis...     


 

nem tudo o que aparece

                    desaparece 

                    nem toda a dor 

                    se acaba com prece

Quando li o poema do Dino, o trecho acima me levou ao comentário anterior do blog sobre a repercussão negativa da passagem de Bolsonaro pela Europa. Um tour vergonhoso e uma ausência inexplicável em eventos tão relevantes como o G20 e a COP26. Em relação a imagem do Brasil, um descaso só. Felizmente existem os poetas que em poucas palavras, nos fazem refletir que "nem tudo o que aparece desaparece; e que nem toda a dor se acaba em prece". Tamanha sensibilidade tem que ser lida todos os dias, como uma reza. 

Os poetas sabem retratar como ninguém a dor que sentem ao ver mais de 608 mil mortes por covid e milhões de árvores tombadas por pura ganância. E o que mais dói é saber que as mortes e as queimadas poderiam ser evitadas. Se não fosse a desinformação, a cumplicidade e a má fé,  muitas vidas e milhões de árvores teriam sido poupadas. O que estão fazendo com o Brasil, é uma tragédia: "nem tudo que aparece desaparece", diz o poeta.

Durante a reunião do G20, os indicadores globais da OMS, individualizados por país, relacionando número de mortes por habitantes, o Brasil se mostrou como uma tragédia humana. Ainda bem que o Relatório Final da CPI apurou os fatos e identificou os responsáveis. De certa forma uma resposta para a sociedade e um conforto para os familiares e amigos de todos que a covid levou. 

Nada será como antes, a volta à normalidade, tantas vezes repetida, é um desejo econômico. Para quem perdeu os seus, ficará sempre a dúvida sobre a vida que poderia ter sido salva. Eles serão vistos como os mortos do descaso, um sentimento que não desaparece com o tempo. E assim serão sempre lembrados. (*)

(*) Ainda bem que criaram o Consórcio de Veículos de Imprensa. Foi através dele que o governo perdeu a guerra da informação. A importância da vacinação foi acolhida pela sociedade, a tempo de evitar uma tragédia maior. As notícias mais recentes que chegam é que países do leste europeu, que menos vacinaram, estão sendo ameaçados por uma quarta onda da Covid. 

PS - O Brasil, que tem 2,3% da população do planeta, não consegue explicar como tem 12,4% das mortes por Covid. Felizmente a  campanha de vacinação está nas ruas e o discurso de Bolsonaro perdeu força. Quanto mais vacinados tivermos, menos mortos teremos. Vacina sim!                                                       


 

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