sábado, fevereiro 26, 2022

O mundo diante um novo conflito armado


Independente da região que for e dos motivos alegados, a guerra é uma tragédia em si. Nada justifica as mortes e o sofrimento do povo. Conforme o tamanho do poderio bélico envolvido as cicatrizes não fecham: a lembrança e a dor permanecem para sempre. O Brasil,  felizmente, sempre esteve fora desse desatino. Até então entre nós não havia preocupação em relação a isso. Andar armado, comprar um fúsil, nem pensar. Invadir um país vizinho, só para ajudar a combater nuvens de gafanhotos. 

Na eleição de 2018, pela primeira vez andar armado fez parte da campanha eleitoral. Alegando o direito de se defender, o tema despertou sentimentos até então encobertos na sociedade. Uma boa parcela dela se mostrou belicosa e violenta. Para facilitar o uso e o mercado das armas, até a legislação foi alterada. Por trás dos novos negócios é visível a boa vontade do governo Bolsonaro. O Brasil agora tem armados e desarmados assim como vacinados e não vacinados. Como era de se esperar, boa parte das armas dos armados está migrando para as milícias e o crime organizado. (Fonte: Instituto sou da Paz)

Na última quarta-feira, 23, o mundo acordou cum uma nova ameaça de um conflito global. Os russos cumpriram a ameaça, invadiram a Ucrânia.  Na semana anterior Bolsonaro esteve em Moscou visitando seu novo amigo, Vladimir Putin. Com toda a operação militar planejada na cabeça, a atenção de Putin ao visitante sem noção, se limitou as fotos que Bolsonaro queria tirar. E ainda saiu de lá com uma informação desencontrada da realidade - "Putin quer a paz, não vai invadir a Ucrânia". Não sei o que Bolsonaro foi fazer lá; uma  estranha visita de uma comitiva bem polêmica. Até vereador do Rio tinha. Entraram calados, saíram mudos.

 Para o público externo, Putin alega que conflitos armados entre separatistas na fronteira da Rússia com a Ucrânia põem em risco o seu país. Só mesmo um otário para acreditar nisso. O segundo maior exército do mundo é acionado para acabar com troca tiros entre grupos armados a mil quilômetros de Moscou. Quando acontecem as guerras, por trás estão fortes interesses econômicos. No caso da Rússia, que abastece 40% do petróleo e do gás que a Europa consome,  está a principal causa do conflito. O resto não passa de narrativas de lado a lado, conforme o interesse de cada um.

PS - O Brasil para quem não sabe, precisa do gás da Bolívia e da energia elétrica do Paraguai. Na recente crise hídrica recebeu energia do Uruguai e da Argentina. A privatização da Eletrobras é um crime, já que vai agravar a nossa dependência energética. Um atraso para o país, uma ameaça a nossa soberania.  

Nenhum comentário: