Independente da região que for e
dos motivos alegados, a guerra é uma tragédia em si. Nada justifica as mortes e
o sofrimento do povo. Conforme o tamanho do poderio bélico envolvido as
cicatrizes não fecham: a lembrança e a dor permanecem para sempre. O Brasil,
felizmente, sempre esteve fora desse desatino. Até então entre nós não havia
preocupação em relação a isso. Andar armado, comprar um fúsil, nem pensar.
Invadir um país vizinho, só para ajudar a combater nuvens de gafanhotos.
Na eleição de 2018, pela
primeira vez andar armado fez parte da campanha eleitoral. Alegando o direito
de se defender, o tema despertou sentimentos até então encobertos na sociedade.
Uma boa parcela dela se mostrou belicosa e violenta. Para facilitar o uso e o
mercado das armas, até a legislação foi alterada. Por trás dos novos negócios é
visível a boa vontade do governo Bolsonaro. O Brasil agora tem armados e
desarmados assim como vacinados e não vacinados. Como era de se esperar, boa
parte das armas dos armados está migrando para as milícias e o crime
organizado. (Fonte: Instituto sou da Paz)
Na última quarta-feira, 23, o
mundo acordou cum uma nova ameaça de um conflito global. Os russos cumpriram a
ameaça, invadiram a Ucrânia. Na semana anterior Bolsonaro esteve em
Moscou visitando seu novo amigo, Vladimir Putin. Com toda a operação militar
planejada na cabeça, a atenção de Putin ao visitante sem noção, se limitou as
fotos que Bolsonaro queria tirar. E ainda saiu de lá com uma informação
desencontrada da realidade - "Putin quer a paz, não vai invadir a
Ucrânia". Não sei o que Bolsonaro foi fazer lá; uma estranha visita
de uma comitiva bem polêmica. Até vereador do Rio tinha. Entraram calados,
saíram mudos.
Para o público externo,
Putin alega que conflitos armados entre separatistas na fronteira da Rússia com
a Ucrânia põem em risco o seu país. Só mesmo um otário para acreditar nisso. O
segundo maior exército do mundo é acionado para acabar com troca tiros entre
grupos armados a mil quilômetros de Moscou. Quando acontecem as guerras, por
trás estão fortes interesses econômicos. No caso da Rússia, que abastece 40% do
petróleo e do gás que a Europa consome, está a principal causa do
conflito. O resto não passa de narrativas de lado a lado, conforme o interesse
de cada um.
PS - O Brasil para quem não sabe, precisa do gás da Bolívia e da energia elétrica do Paraguai. Na recente crise hídrica recebeu energia do Uruguai e da Argentina. A privatização da Eletrobras é um crime, já que vai agravar a nossa dependência energética. Um atraso para o país, uma ameaça a nossa soberania.
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