A Petrobras, independente daqueles que querem se desfazer dela, é uma das mais promissoras petroleiras do mundo. Em razão disso é alvo de interesses externos. Espero que num futuro próximo, mais brasileira do que nunca, se transforme também numa das maiores empresas energéticas do mundo. Já esteve mais comprometida com as energias renováveis em governos passados, agora se afastou de vez dos investimentos nessa área. Uma total falta de visão empresarial e preocupação com temas globais. Já o lucro da Petrobras que vem chamando atenção de todos fazem parte dessa mudança de rumo. Parte dos lucros apresentados se deve a venda de ativos e falta de investimento.
Num primeiro momento, até pode aparentar mais uma aposta no atraso do governo Bolsonaro. No entanto os fatos ocorridos recentemente envolvendo a privatização da Eletrobras e de mudanças na Petrobras, nos leva pensar que por trás pode estar se armando um grande golpe. A decisão de manter a Petrobras fora da energia renovável é uma estratégia totalmente contrária aos compromissos assumidos pelo Brasil na COP 26. E o que mais chama a atenção é que não é esse o comportamento das suas principais concorrentes.
A Petrobras, mesmo sendo a maior petroleira da América Latina, chama a atenção pela alta distribuição de dividendos em relação as suas concorrentes globais. Em 2021, entre todas petroleira do setor, a Petrobras ocupa o quinto lugar no ranking de quem mais distribuiu dividendos. Um pouco abaixo da gigante chinesa e da Shell. Para alguns analistas essa boa vontade com os acionistas, não passa de um atrativo a mais para futuros compradores. A própria indicação de Adriano Pires para presidência da Petrobras faz todo o sentido. Se o objetivo é se desfazer, nada melhor que um especialista em negócios no setor.
Adriano Pires é um conhecido desafeto da Petrobras. Até duas semanas atrás era o nome de Bolsonaro para presidir a empresa. Logo a estranha indicação fez a luz vermelha acender. Para quem gosta de apurar os bastidores dos grandes negócios obscuros, um prato cheio. Se todos no governo sabiam quem ele era, qual a razão da indicação? Será que a visita de Bolsonaro a Rússia, tinha algo a ver com a Petrobras? Sei lá, mas não custa apurar. A escola russa de criar oligarcas é conhecida em todo o mundo. O oligarca representa o poder do dinheiro privado protegido pelo Estado. É o capitalismo selvagem, sem risco. Se na Rússia funciona desde o fim da União Soviética assim, porque Bolsonaro não tentaria algo semelhante por aqui? (artigo publicado no site BRASIL 247 )
PS - Em breve volto a comentar o assunto. Ele é pertinente e muito grave. Outros nomes que surgiram no bojo da privatização da Eletrobras e no sobe e desce das ações da Petrobras, também precisam ser apurados. Quem sabe não está em curso mais um escândalo, o da oligarquia tupiniquim de olho na Eletrobras e na Petrobras.
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