sexta-feira, junho 03, 2022

A insanidade de uma guerra




      A pomba da PAZ - foto de autoria de Sunguk Kim/Unsplash

Ao completar 100 dias da invasão russa na Ucrânia, só nos resta repudiar o desatino próprio de mentes doentias. A guerra em si, só traz destruição, miséria e mortes. A cada semana que passa, mais trágico é o quadro. Só quem ganha é a indústria da arma.

Para ilustrar a desgraça, nada melhor que ouvir quem passou por isso. Acompanhou o militarismo crescente dentro dos países e conviveu com o mais ativo lobby da indústria armamentista do mundo, mesmo sem nunca ter concordado com a guerra. Me refiro ao ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter. 

Com 97 anos, Carter ainda é chamado para acompanhar processos eleitorais turbulentos pelo mundo em razão do seu jeito pacificador. Eleito presidente dos EUA (1977/1981), também é conhecido por praticar a filantropia. Na sua cidade natal, na Geórgia, costuma dar aula na Escola Dominical da Igreja Batista. Numa dessas aulas Carter teria comentado sobre uma ligação telefônica do então presidente Trump  preocupado com o crescimento da China e a ameaça para a paz mundial que isso representava.

O relato dessa ligação me chegou através de um amigo de Brasília, que sabe tudo que acontece por aqui e fora das nossas fronteiras. Preservo a fonte, mas vou reproduzir um pequeno trecho da conversa: "Trump você tem medo que a China nos supere, e eu concordo com você. Mas você sabe porque a China nos superará? Eu normalizei as relações diplomáticas com Pequim em 1979, desde dessa data você sabe quantas vezes a China entrou em guerra com alguém? Nenhuma vez, enquanto nós estamos sempre em guerra".

Em outro momento, Jimmy Carter lembra o custo do desperdício com as guerras fruto de uma política externa equivocada dos EUA.  "Presidente Trump, nós desperdiçamos U$300 bilhões por ano em despesas militares para submeter países que procuravam sair da nossa hegemonia. A China não desperdiçou nem um centavo em guerra, e é por isso que nos ultrapassa em quase todas as áreas."

A conversa entre os dois continua, mas o resumo é um só: um país  para se desenvolver tem que saber definir suas prioridades. No nosso caso em particular, as escolhas estão dadas: se é armar o povo ou oferecer ensino de qualidade, se é promover o ódio ou criar oportunidades de trabalho, se é incentivar a violência ou respeitar a cidadania, se é criar o orçamento secreto ou dar transparência a todos os gastos públicos. Pense nisso, o voto é seu!

PS - No dia 2 proferi uma aula sobre "O desafio de uma matriz energética mais limpa", para o 27  Encontro de Formação da EÀE, Espíritas à Esquerda.  Com um olhar local e global a palestra tem uma hora de duração e está disponível nas redes sociais da EÀE no YouTube e Facebook .    



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